A CPI da Pedofilia, instalada na Assembleia Legislativa do Amazonas, vai buscar suas primeiras informações junto à CPI mista da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes do Congresso Nacional. A decisão foi adotada na quinta-feira (10) pelos cinco membros da CPI regional, durante a primeira reunião da comissão.
“Vamos nos reunir à Comissão Nacional para retirar um roteiro a ser seguido, uma vez que a CPI do Congresso já está ouvindo todas as pessoas envolvidas nesse esquema há anos”, apontou o presidente da CPI, deputado Abdala Fraxe (PTN). “A princípio, a CPI da Pedofilia terá 120 dias de vida. Mas, se houver testemunhas para ser ouvidas, ela pode ser prorrogada”, completou.
A primeira reunião serviu também para a elaboração de uma lista de necessidades para o funcionamento da CPI, tanto dentro quanto fora da Assembleia Legislativa. As primeiras indicações são de sala exclusiva, assessoria jurídica, assessoria de imprensa e servidores à disposição da comissão.
Participaram da reunião, o relator, deputado Orlando Cidade (PTN), Ricardo Nicolau (PSD), Conceição Sampaio (PP) e o deputado José Ricardo (PT), que substituiu Luiz Castro (PPS), que precisou viajar. Um dos desafios da CPI será manter os ânimos sob controle, uma vez que dois de seus membros –Luiz Castro e Ricardo Nicolau –por pouco não foram às vias de fato recentemente, com troca mútua de acusações no plenário da Casa.
Além disso, há o fato de que tanto o presidente da CPI, Abdala Fraxe, quanto o relator, Orlando Cidade, votaram contra a instalação imediata da comissão, em março. Para completar, Conceição Sampaio só está no grupo por imposição do presidente da Casa, Josué Neto. O deputado estadual José Ricardo (PT) elogiou a decisão da Aleam de instalar a CPI que vai investigar os crimes de exploração sexual de menores e pedofilia em todos os municípios do Amazonas. Segundo o parlamentar a decisão pode ser entendida como “a vitória daqueles que lutam pela Justiça, contra a pedofilia, a exploração sexual de crianças e contra a impunidade”.
José Ricardo defende que os trabalhos de investigação da comissão iniciem pelo município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus) e com a Operação Estocolmo, deflagrada pela Polícia Civil que prendeu supostos integrantes de uma rede de exploração sexual infanto-juvenil.
Segundo o parlamentar, Coari não tem somente os casos já citados que resultaram na prisão do prefeito Adail Pinheiro e outros envolvidos. “Temos informações de outras pessoas que querem denunciar”, disse, informando que está encaminhando proposta à presidência da CPI que também inclua Manaus neste início de trabalho, diante de informações concretas apontada pela Operação Estocolmo. “Essas informações podem ser solicitadas da Polícia Civil, Polícia Federal e ao MPE (Ministério Público do Estado)”, disse.