Indicado para a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar irregularidades em empréstimos do BNDES- o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – o deputado federal Marcos Rotta (PMDB) disse hoje, à Tiradentes News/Rádio Estadão que não pretende convocar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, como querem algumas lideranças políticas.
“Nós estamos cientes e conscientes do que vamos enfrentar! Muita pressão, muitas cores partidárias, ideologias políticas, mas o meu papel será de magistrado. Eu preciso ser o ‘fiel da balança’, porque de um lado, nós vamos ter as discussões, os interesses dos membros da Comissão; do outro lado, temos uma instituição de mais de 60 anos, que já fomentou a infraestrutura brasileira, então eu preciso ter essa consciência de ser o ‘fiel da balança’, para não deixar que a gente perca o ‘foco’ da CPI. Precisamos ter o controle total a respeito dessa questão!”
Segundo Rotta, a CPI já recebeu dezenas de requerimentos de colegas da Câmara Federal, alguns deles, requerendo até a convocação do ex-presidente Lula (PT).
“Nós já temos aqui quase 80 requerimentos, solicitando a convocação do ex-presidente Lula, do governador de Minas Gerais, mas acho que nós precisamos ter consciência do nosso papel. Somos 27 membros, indicados pelos nossos partidos, que têm uma missão, um fato determinado: investigar possíveis irregularidades que ocorreram entre 2003 e 2015, do BNDES. Esse é o nosso foco principal!”
Argumentando falta de motivação, Marcos Rotta descartou a convocação de Lula. “Essas questões, nós temos que ter muito cuidado, porque eu não posso diminuir o tamanho ou o foco da CPI, convocando o ex-presidente, governador de Estado. Acho que essas questões políticas, partidárias precisam estar fora dos trabalhos da CPI. Foi esse o apelo que eu fiz e sei que vai ser difícil a minha missão, principalmente por causa da conjuntura econômica do nosso país, mas acho que não há necessidade de se convocar o ex-presidente. Eu não tenho a necessidade de colocar em votação. Fica a critério do presidente (da CPI) deliberar a respeito do que vai ser votado! Aí, o plenário é que delibera. Se aprova ou não, mesmo porque, há uma investigação do Ministério Público (MPF) e, lá na frente, se houver algum tipo de comprovação, aí as coisas podem mudar, mas hoje, eu não vejo nenhum tipo de motivação para que se convoque o ex-presidente Lula!”
O deputado Marcos Rotta também é um dos vice líderes do partido dele, na Câmara Federal. A CPI do BNDES se reuniu na manhã desta terça-feira, para a apresentação do plano de trabalho do relator, o deputado do PR baiano, José Rocha.