O Brasil precisa seguir o exemplo do Japão e fazer as reformas necessárias para que a economia volte a crescer. A opinião foi manifestada nesta segunda-feira (4), pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, durante visita do cônsul-geral do Japão, Kazuo Yamazaki à sede da organização, no Centro. A situação econômica dos dois países, com destaque para a Zona Franca de Manaus (ZFM), foi o principal item da pauta.
Para Yamazaki, foi uma grande vitória, a prorrogação dos incentivos fiscais da ZFM por mais 50 anos, porém o modelo, segundo ele, tem que enfrentar grandes desafios, que vão dos buracos nas ruas do Distrito Industrial (DI)à infraestrutura de transporte para o escoamento de insumos e produtos.
Antonio Silva explica que o gargalo, que se prolonga por alguns anos, deve ter interferência do Governo Federal, com uma expedição de direito para que a Suframa reconquiste a sua autonomia. Com independência nas tomadas de decisões e utilização de recursos, a Suframa utilizaria as verbas retidas no desenvolvimento da indústria da Região Norte, incluindo a recuperação das vias de acesso ao Polo Industrial de Manaus.
“Estamos com estradas em difícil estado e temos dinheiro para restaurá-las, mas devido à burocracia a degradação é inevitável. As necessidades quanto ao transporte não param por aí, precisamos resolver esse imbróglio, liberar a BR-319, restaurar as rodovias e tornar cada vez mais viável o meio hidroviário”, lembrou o presidente da FIEAM.
O cônsul do Japão disse que seu país vem se recuperando desde que o primeiro-ministro Shinzo Abe, assumiu, em dezembro de 2012. Abe anunciou meta de inflação de 2% ao ano e investimento no setor privado, ações que contribuem com o aumento gradativo do salário do trabalhador da indústria japonesa, possibilitando o aumento do poder de consumo dessa classe e a normalização das atividades econômicas. “Estamos no caminho, essa é a direção certa para continuarmos a crescer”, avaliou Yamazaki.
Para Antonio Silva, o Brasil deve reagir, neste momento de influência da crise da Argentina, dos altos índices de inflação e da retração do crescimento do país. “Em ano político as medidas são pontuais, sempre com intenção eleitoreira, mas esperamos que em 2015, o Governo Federal inclua em sua agenda as reformas tributária, trabalhista e previdenciária. Essas sim são as mudanças que precisamos para nos tornarmos a 3ª ou a 4ª potência do mundo”, disse o presidente da FIEAM, destacando que o país ainda se segura bem, contando com uma reserva de U$ 370 bilhões para conter a inflação, os juros e a queda da atividade econômica.