Com alta taxa de detecção, Amazonas avalia situação da Hanseníase e discute ações práticas para o combate à doença na Região Norte

Com o objetivo de avaliar a situação epidemiológica e operacional da Hanseníase na Região Norte, a Fundação Alfredo da Matta promove dois momentos de discussão sobre o tema. O encontro começa nesta terça-feira (20), na sede da Fundação, com a visita do representante da Organização Mundial de Saúde (OMS), Dr Erwin Cooreman, Team Leader do Programa Global de Hanseníase; seguido da Oficina de Pesquisa Operacional avaliativa com foco nos Programas de Hanseníase da Região Norte, que acontece de 26 a 30 de junho, de 8 às 17 horas, no Quality Hotel Manaus.

Nesta terça, o representante da OMS, Dr Cooreman, conhecerá todo serviço prestado pela Fuam, atividades de pesquisa e treinamento, além de participar de reunião técnica sobre a situação da Hanseníase no Estado do Amazonas. A Fundação Alfredo da Matta, por ser credenciada como Centro Colaborador da OMS/Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para controle treinamento e pesquisa em Hanseníase é a instituição de referência na Região Norte para controle e eliminação da Hanseníase; e responsável por toda avaliação epidemiológica da doença no Estado do Amazonas.

Para ampliar o debate, a instituição promoverá de 26 a 30 de junho, a Oficina de Pesquisa Operacional avaliativa com foco nos Programas de Hanseníase da Região Norte, que reunirá representantes dos programas de Hanseníase dos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Amapá e Tocantins para discussão e definição de prioridades e plano de ações práticas para os programas de combate à Hanseníase dos estados participantes.

 

Durante a oficina, serão apresentados dados epidemiológicos dos estados envolvidos, como ponto de partida para discussão de possíveis ações a serem implementadas como processos de trabalho no combate à Hanseníase. “Um dos principais objetivos desta oficina é propor projetos de intervenção de campo, ou seja, ações que possam ser postas em prática pelos programas de combate à Hanseníase nos estados da Região Norte, baseadas no diagnóstico e realidade de cada estado envolvido nesta discussão”, explica o Diretor Presidente da Fundação Alfredo da Matta, Helder Cavalcante.

A oficina reunirá profissionais de saúde indicados pelos estados participantes que atuem nos programas estaduais de controle da Hanseníase, na área de vigilância epidemiológica, além de profissionais da Fundação Alfredo da Matta. O evento terá uma carga horária de 64 horas e é uma das ações previstas no Convênio 628/2008 estabelecido entre Fundação Alfredo da Matta e Ministério da Saúde, que prevê apoio técnico e financeiro para projeto de capacitação técnica e reestruturação do Departamento de Ensino e Pesquisa da Fuam, visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Amazonas é o 18º Estado em detecção da Hanseníase – O Estado do Amazonas ocupa atualmente a 18ª posição no ranking de Estados brasileiros no que diz respeito ao coeficiente de detecção da doença. Com um número de 13 casos de Hanseníase para cada grupo de 100 mil habitantes, o Amazonas é classificado como “Alto” na taxa de detecção.

Em 2016, foram detectados no Amazonas 441 casos novos de Hanseníase, sendo 167 (37,9%) residentes em Manaus e 274 (62,1%) residentes em outros 46 municípios do Estado. Os municípios que apresentam maior número de casos foram Manaus (167 casos), Boca do Acre (25), Parintins (15), Tapauá (14), Manacapuru (13), Manicoré (13), Humaitá (12), Presidente Figueiredo (12) e Novo Aripuanã (12). Em relação às calhas dos rios, foram registrados no entorno de Manaus e Rio Negro 206 casos (46,7%); 55 casos (12,5%) na calha do Purus; 47 casos (10,6%) no Madeira; 36 casos (8,1%) no Solimões; 30 casos (6,8%) no Juruá; 29 casos (6,6%) no Baixo Amazonas; 29 casos (4,3%) no Alto Solimões; 12 casos (2,7%) no Médio Amazonas e 7 casos (1,6%) no Triângulo.

Em Manaus, a zona Leste ainda é a área com maior número de casos (32,7%), seguido das zonas Norte (27,8%), Oeste (14,2%), Sul (9,9%), Centro-Sul (6,2), Centro-Oeste (3,1%) e Rural (6,2%).

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