“No Brasil, só ganha eleição quem tem dinheiro! No Amazonas, não é diferente!”, afirma juiz fundador do movimento “Ficha Limpa”

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O fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, o Juiz de Direito maranhense Marlon Reis, enfrenta, agora, uma nova empreitada de cidadania, em nome da reforma política, por eleições mais limpas e  democráticas. Nesta segunda-feira (9), em entrevista à Tiradentes News, o Juiz Marlon Reis, que ficou conhecido como “Dr. Ficha Limpa”, e que está em Manaus dando sequência à nova campanha, comemorou o avanço da coleta de assinaturas populares para o projeto de reforma.

“Nós já temos 600 mil assinaturas para uma nova iniciativa popular, chamada “Reforma Política Democrática e Eleições Limpas”. Estamos com um movimento, hoje, de 104 organizações nacionais que estão unidas. Assim como nunca houve tanta corrupção, nunca houve um despertar tão grande da sociedade! Mais uma vez, estão juntas a Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), uma série de organizações sindicais, religiosas – católicas, evangélicas – estão todas unidas, para – inclusive aproveitando o momento – deixar claro quão perniciosa é a regra eleitoral brasileira baseada no poder econômico!”

O Juiz Marlon Reis reafirmou aquilo que todo mundo já sabe, mas não custa nada repetir: no Brasil, é preciso ter muito dinheiro para entrar numa eleição. De acordo com o juiz, no Amazonas, não é diferente.

“Hoje, ganha eleição quem tem dinheiro! E, lamentavelmente, não é atributo de um partido, não! É atributo do sistema. Não há partidos onde são eleitas pessoas que não cometem nenhum tipo de irregularidade ou outros onde todos são bandidos! No sistema eleitoral brasileiro, hoje, para você ser eleito, precisa ter muito dinheiro! Por qualquer partido que for! Há algumas exceções, mas o voto de opinião – aquele baseado em programa, liderança efetiva, é raríssimo! O Amazonas não discrepa do restante de todo o território nacional sobre esse processo de mercantilização das eleições!”

O juiz destacou a importância da participação popular no sucesso movimento. “Até hoje, o que se tentou foi acerto entre os próprios políticos, para definir o que era mais conveniente p’ra eles.  A diferença é que, agora, a sociedade civil está entrando no processo. Assim como houve com a Lei da Ficha Limpa. Não existiria nada parecido se não fosse por iniciativa popular. Assim como não haveria lei contra a compra de votos, também! Foram iniciativas populares – porque esse tipo de medida jamais partiria do próprio parlamento! É mesma coisa com a reforma política. Não faz sentido esperar que os parlamentares mudem as regras do jogo que os levou até lá! Pelo contrário, nós corremos o risco – e temos aí, em andamento, a toque de caixa, por determinação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), do projeto (deputado federal Cândido) Vacarezza, que é um atraso, porque agrava ainda mais as distorções e contra o qual a sociedade deve se mobilizar!”

Nesta tarde, o Juiz Marlon Reis faz uma palestra sobre a Reforma Política para estudantes da Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O telefone do comitê estadual pela reforma política e eleições limpas, que funciona na sede do sindicatos jornalistas, é o 3234-9977.

Você pode acompanhar a entrevista completa do juiz Marlon Reis à Rede Tiradentes nas reprises do “Manhã de Notícias”, pela TV Tiradentes, no canal 19, na NET, e no canal 20, na TV aberta.

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