O número de mulheres grávidas de baixa renda que iniciaram o acompanhamento pré-natal até a 12ª semana de gestação aumentou em 60%. O resultado é fruto da implementação, em 2011, do complemento de R$ 35 mensais do Bolsa Família e demonstra que um valor pequeno, incorporado ao benefício mensal, trouxe informação e melhor qualidade de vida para elas.
No Brasil, em média, o percentual de identificação da gravidez no tempo certo passou de 14,3% para 22,9% depois do início do pagamento do benefício. O maior aumento foi registrado na região Nordeste.
O estudo foi realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a partir dos dados do Cadastro Único e do Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde, do Ministério da Saúde. Foram analisados os dados de 938.970 gestantes que participam do programa, identificadas entre janeiro de 2010 e dezembro de 2013.
O Benefício Variável Gestante é pago por nove meses, a partir do momento que a gestante é identificada pelo governo federal. Elas têm o compromisso de ir às consultas de pré-natal. O governo também se compromete a oferecer o atendimento na rede pública de saúde e a orientar corretamente as famílias. Em março de 2015, o benefício foi pago a 315,5 mil gestantes no programa de complementação de renda.
O acompanhamento da gravidez desde o começo certamente contribui para a queda da mortalidade infantil e do número de partos prematuros, avalia a ministra Tereza Campelo.
Outro estudo publicado em 2013, pela revista inglesa The Lancet, relacionou o Bolsa Família à queda de 19,4% da mortalidade infantil em cinco anos, entre 2004 e 2009. A redução da mortalidade infantil por causas associadas à pobreza foi ainda maior no período: caiu 46% a mortalidade por diarreia e 58%, por desnutrição.
A identificação da gravidez no tempo certo aumenta as chances de uma gestação saudável e de um bebê sadio. O acompanhamento pré-natal é realizado por profissionais de saúde e deve ser iniciado, de preferência, nos três primeiros meses da gestação (até, no máximo, a 12ª semana). O ideal é que a gestante realize, pelo menos, seis consultas.