Mesmo após o anúncio do Governo do Estado, na semana passada, que congelaria os salários do funcionalismo e só voltaria a negociar com os servidores apenas em setembro, cerca de 1500 funcionários públicos, entre professores e policiais civis e militares, saíram às ruas da capital, nesta terça-feira (28), para reivindicar melhores salários.
Os servidores se concentraram em frente à Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira, na avenida Constantino Néry, na zona Centro Oeste, com faixas e um carro de som.
De acordo com o representante da Associação dos Professores de Manaus (ASPROM), uma entidade dissente do Sindicatos dos Trabalhadores em Educação Estado do Amazonas (SINTEAM), Lambert Melo, os educadores esperam que governo e a prefeitura pelo menos sentem à mesa de negociação com a categoria, que está pedindo 20% de reajuste salarial.
Já segundo o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Oficiais da Administração da PM e Bombeiros, Francisco Pereira, além de aumento salarial, os policiais civis e militares reivindicam o cumprimento da lei de carreira número 4.044, de julho de 2014.
Conforme o vice-presidente do Sindicato da Polícia Civil do Amazonas (SIMPOL), Odirlei Araújo, também está na pauta de reivindicações dos policiais a substituição do regimento disciplinar pelo Código de Ética e a análise de data-base da categoria.
Semed
Em nota, a Secretaria Municipal da Educação (Semed) informou que a Prefeitura de Manaus sempre tem buscado o diálogo e a valorização dos educadores da rede, e que desde a posse da nova secretária, Kátia Schweickardt, em 24 de março, tanto ela quanto o prefeito Arthur Virgílio Neto iniciaram diálogo com o Sinteam), que é a entidade que de fato tem legitimidade, para tratar de assuntos da categoria.
A nota reitera, ainda, que já iniciou as discussões para reajuste salarial dos profissionais da educação e está cumprindo o cronograma da database firmado pela categoria.
A secretaria informa, também, que uma escola teve a aula suspensa e oito foram parcialmente paralisadas, deixando um total de 903 alunos da rede sem aula, e que o fato foi causado pela falta de 39 professores do município que integraram o manifesto.
Conforme a Semed, os faltosos terão o dia descontado em folha.
Governo do Estado
Por meio da Secretaria de Comunicação do Amazonas (Semcom), A Casa Civil do Governo do Estado informou que o titular, Raul Zaidan, recebeu, no final da manhã, uma comissão formada por representantes de sindicatos e associações de servidores das Polícias Militar e Civil e da área de educação.
Na reunião, Zaidan reiterou o que já havia sido exposto pelo governador José Melo, em encontro com lideranças sindicais e de associações dos servidores, no último dia 24 de abril. Na ocasião, informou, Melo apresentou os impactos da crise econômica sobre a arrecadação de impostos estaduais, que caiu 10,5% nos primeiros três meses de 2015, o que significou cerca de R$ 237 milhões a menos nos cofres do Estado.
Com a redução na receita, o Governo ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com pessoal e está impedido de conceder reajustes salariais, sob pena de comprometer ainda mais as finanças do Estado.
No encontro com os representantes dos servidores, o governador se comprometeu em voltar a reunir, em setembro deste ano, quando se espera uma recuperação na arrecadação, para discutir possibilidade de reajuste.