Amazonas será o primeiro da região Norte a realizar cirurgia que pode curar o câncer de pele

O Amazonas será o primeiro Estado da região Norte a realizar a cirurgia com a técnica micrográfica de Mohsem pacientes com câncer de pele. A previsão é que as cirurgias iniciem a partir de setembro deste ano na Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (Fuam).

A técnica está sendo estudada por meio do projeto de pesquisa “Implantação da cirurgia de Mohs e produção científica ligada à cirurgia dermatológica na Fundação Alfredo da Matta”. A pesquisa conta com financiamento do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado).

erico xavier

Certeza de cura

A coordenadora do estudo, a doutora em Medicina Tropical pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e dermatologista da Fuam, Mônica Nunes Santos, informou que entre os benefícios da técnica está a certeza de cura do paciente.

“Na cirurgia convencional temos algo denominado de margem cirúrgica, que é empírica, na qual acredito que, naquela margem, o tumor está livre e o paciente curado. Com a cirurgia micrográfica, tenho certeza porque vou retirando os fragmentos e analisando ao microscópio. Com isso, quando fecho a incisão e concluo a cirurgia, tenho a certeza que o tumor foi completamente retirado”, disse.

Segundo a pesquisadora, este é um fator determinante uma vez que a maioria dos pacientes é do interior do Estado e, a partir da cirurgia micrográfica, não precisaram voltar para buscar os resultados da biopsia tradicional.

“Atualmente, 90% dos cânceres de pele estão localizados na região da cabeça e do pescoço, em áreas que denominados de nobres porque são próximas aos olhos, ao nariz, a boca e onde não podemos fazer uma margem cirúrgica empírica muito larga. Caso contrário, deformaremos o paciente. Com a cirurgia micrográfica, posso retirar a menor margem possível para obtenção da cura”, explicou Mônica Santos.

Também participam do projeto o diretor-presidente da Fuam, Carlos Alberto Chirano, as doutoras Claudia Zanardo Alves da Graça, Patrícia Motta de Morais, Silvana de Albuquerque Damasceno e Carolina Chrusciak Talhari Cortez.

De acordo com Mônica Santos, para que a técnica cirúrgica micrográfica comece a ser utilizada pela Fuam é necessário que a Fundação seja credenciada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Atualmente, os pesquisadores que fazem parte do projeto estão sendo treinados no Hospital das Clínicas, em São Paulo, que é polo de referência neste tipo de procedimento.

Curso

O diretor-presidente da Fuam, Carlos Chirano, informou que no período de 1º a 3 de outubro a Fundação realizará o ‘Curso de cirurgia micrográfica’, que contará com a participação do doutor Kenneth Brown da Universidade da Califórnia. “Neste evento, vamos fazer o lançamento oficial do projeto, com a presença de pesquisadores de renome internacional, como o Kenneth (Brown) que já possui vários livros publicados na área”, disse Chirano.

A Fuam atende casos de câncer de pele e outras lesões considerados de pequena e média complexidade, podendo realizar, num mesmo paciente, uma ou mais intervenções cirúrgicas. Em média, são 30 cirurgias por semana e cerca de 120 procedimentos cirúrgicos ao mês.

Números

De acordo com a assessoria de comunicação da Fuam, em 2013, foram realizadas 664 cirurgias apenas para os casos de câncer de pele, sendo 42 procedimentos em casos de melanoma, o tipo mais agressivo da doença. Além destas cirurgias de câncer de pele, foram realizados mais de nove mil procedimentos cirúrgicos, como pequenas cirurgias dermatológicas, biópsias, dentre outros.

Esse programa consiste em apoiar, com recursos financeiros, ações de formação de recursos humanos e melhoria da infraestrutura de pesquisa de instituições vinculadas ao Governo do Estado com o desenvolvimento e utilização de conhecimento científico e inovação tecnológica no âmbito das Instituições Estaduais de Ensino Superior.

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