Das 247 Unidades de Conservação, apenas apenas 4% estão sendo bem administradas, conclui auditoria do TCU

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, defendeu, nesta terça-feira (19), em Manaus, a adoção de boas práticas de administração das Unidades de Conservação no Brasil.

Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes de Rádio e Televisão, o ministro, que veio a Manaus falar sobre a auditoria nas Unidades de Conservação do Estado, ressaltou a importância ambiental do Amazonas e disse que a auditoria nas unidades de conservação em todo o país foi ideia dele, antes de assumir a presidência do órgão.

“Eu estava para assumir a presidência e queria inovar, no Tribunal. E estamos inovando! Criamos 22 secretarias especializadas em cada setor para focar com profundidade cada setor da vida brasileira, se concentrar em grandes temas, como a questão ambiental, a questão da segurança, educação – estamos fazendo uma auditoria sobre educação este ano, em todo o país – mas a questão ambiental, a repercussão já está sendo em nível mundial, porque nós não faremos apenas no Brasil.”

Segundo o ministro, esta será a primeira vez que se faz uma medição da situação das Unidades de Conservação no país. “Qual é o nosso discurso mais importante, em temros ambientais? Rio + 20 – desenvolvimento sistentável. Estamos cuidando daquilo que nós escolhemos para ser Unidade de Conservação? Estão sendo bem cuidadas? Esta é a interrogação!”

Para o ministro, algumas unidades não estão sendo bem administradas. “Só 4%, infelizmente, das Unidades de Conservação estão sendo utilizadas, então foram criadas, mas não não estão sendo bem administradas. Apenas 4% estão sendo delas estão sendo acompanhadas e implementadas e boa parte está sem políticas de planejamento.”

Defendeu a adoção de boas práticas de administração das Unidades de Conservação, aproveitando para explorar o que ele chama de ecodesenvolvimento. “O que é que eu propus lá atrás, quando organizei a equipe? Utilizar boas práticas, porque dá para utilizar boas práticas nas unidades de conservação. Eu visite Tapajós e, lá, eles têm a seringa, ou seja, tiram a borracha; tem o peixe e a castanha, e isso pode dar uma renda. Eu defendo o ecodesenvolvimento. Acho que a Amazônia não pode ficar marginalizada. O que é ecodesenvolvimento? Você priorizar a ecologia, mas, também desenvolver e fortalecer a economia dos ribeirinhos, as pessoas que vivem na localidade.”

Para o ministro, as boas práticas podem ser replicadas na América Latina e em todo o planeta. “Na América Latina, eu já convidei nove países. Já fizemos um reunião este ano, em Manaus, e chamamos Colômbia e Venezuela para replicar as boas práticas que estamos encontrando aqui, na América Latina. Esta é a idéia: fazer um trabalho em conjunto com os países da América Latina que tem a floresta amazônica, pegar as boas práticas e replicar isso para o mundo todo!”

Em relação ao papel do TCU, que é fiscalizar a utilização de verbas federais pelos estados, para a construção de obras públicas, o ministro destacou os resultados da fiscalização das obras Aena da Amazônia. “Aqui, nós já conseguimos fazer uma economia de R$ 65 milhões e repactuando contratos, no estádio que está sendo construído aqui em Manaus.”

O ministro estimulou o cidadão a colaborar com a fiscalização do Tribunal de Contas, em todo o país. “Na Coreia do Sul, nós temos o ‘Governo Gigital’. Nós não temos isso no Brasil. O que eu gostaria de dizer para o cidadão que já é digital? Que eu quero que o Brasil seja um país mais avançado, então nós estamos avançando, buscando as boas práticas que existem em nível inernacional de gestão. Entendemos que temos de impantar isso imediatamente, porque, na competição global, estamos perdendo terreno para os países mais avançados, portanto, tudo o que acontece em qualquer cidade do Brasil, chega até nós porque as pessoas têm um telefone à sua disposição, em qualquer parte da Amazônia, e mandam suas informações. Se o cidadão está lá em Maués ou em Tefé, ele manda uma mesagem, o TCU recebe e começa a fazer uma auditoria, então, hoje, niguém fica fora de ser fiscalizado, porque existe uma fiscalização entre toda a população mundial!”

O telefone de contato com a secretaria do TCU em Manaus é o (092) 3303-9800.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *