Após o temporal deste sábado (29), que deixou vários bairros de Manaus sem luz, a principal capital da Região Norte do país ficou refém da capacidade operacional da concessionária (Eletrobras) Amazonas Energia/Distribuição. Mais de 24 horas depois do apagão, comunidades inteiras penalizadas pela suspensão do fornecimento, permanecem sem energia elétrica e já vislumbram a terrível possibilidade de passar o domingo (30) inteiro e mais uma noite de calor e terror, sem a necessária energia para o funcionamento dos aparelhos de ar condicionado, que permitem aos manauaras melhores noites de sono, no escaldante verão amazônico.
Nesta manhã, moradores da comunidade Carijó, no bairro Ouro Verde, zona Leste da cidade, que passaram toda a noite de sábado para domingo sem energia elétrica, anunciaram um protesto contra, segundo eles, os péssimos serviços prestados pela Amazonas Energia. Eles reclamam que, não bastasse a impossibilidade de uso dos condicionadores de ar, há, ainda, as geladeiras. Paradas há mais de 24 horas, elas deixam de proteger os alimentos, que já começaram a estragar. Prejuízo irreparável para milhares de famílias, muitas delas carentes, em toda a cidade.
Revoltados, os moradores dos bairros afetados lembram que, apesar dos altos valores das contas e da qualidade dos serviços, com constantes quedas do fornecimento, vêm pagando o que consomem, até mesmo à força, e citam o caso da inclusão dos consumidores do Amazonas nas ‘bandeiras tarifárias’, mesmo com Estado ainda não inteiramente integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIM).
Conforme os reclamantes, durante todo o sábado – dia, noite e madrugada de domingo – a maioria das tentativas de contato com a concessionária não tiveram sucesso, como todos obrigados a ouvir uma mensagem explicativa que justificava o apagão “por causa da forte chuva”, mas que “equipes da AM Energia já estavam em campo tentando solucionar os problemas”. No caso dos moradores da Comunidade Carijó, as famílias afirmam não terem visto nenhuma das referidas equipes da concessionária em campo, nas ruas do Ouro Verde.
Os prejuízos, conforme os reclamantes, não são penas para crianças novas, adultos doentes ou idosos, mas para toda a comunidade, vítima de constantes assaltos nas ruas, praticados por motoqueiros que, armados e acobertados pela escuridão, roubam principalmente telefones celulares.
Por meio da Associação de Moradores do bairro e Federação das Associações, a comunidade anuncia que pretende levar a reclamação ao Ministério das Minas e Energia e acionar a concessionária, por meio dos órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público (MP) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A assessoria de imprensa da AM Energia não atendeu nossas ligações. Para os consumidores que ainda têm alguma esperança, lembramos que o número para ‘contato’ com a Amazonas Energia/Distribuição é o 0800-701-3001. Não se deve esquecer que é necessário insistir! … E muito!