Temer deve fazer escolha rápida de substituto de Teori para evitar pressão

O presidente da República, Michel Temer, deve fazer uma escolha rápida sobre quem substituirá o ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar pressão política. Por ter amplo trânsito no meio jurídico, Temer vai conduzir pessoalmente o processo de escolha. A preocupação do governo é de buscar um nome técnico para evitar acusações de que busca interferir nos rumos da Lava-Jato.

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Temer é professor de direito constitucional, tendo entre seus interlocutores frequentes ex-ministros da Corte, como Nelson Jobim e Carlos Ayres Britto. Um assessor do presidente observa que devido justamente por ter muitos amigos e conhecidos na área, Temer terá de “escolher” quais telefonemas atender para falar sobre o tema.

A escolha terá um formato diferente do que ocorreu nos governos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Nestas gestões, os ministros da Justiça tinham papel fundamental na escolha, realizando conversas prévias com possíveis indicados. No caso de Temer, a decisão deve ocorrer de forma mais centralizada pelo próprio presidente.

A tentativa de evitar pressão política ocorre porque já haverá pressão do meio jurídico. No Superior Tribunal de Justiça (STJ) já há movimentação de ministros de olho na cadeira. Teori era egresso daquela corte, e os atuais membros daquela corte acreditam que deveria sair de lá o nome do sucessor na cadeira do STF.

A agenda do presidente para esta sexta-feira prevê apenas despachos internos, sem qualquer evento público ou audiência. Há a expectativa de que Temer acompanhe o velório de Teori, que deve ocorrer em Porto Alegre (RS).

Pela manhã, o presidente recebeu a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie no Palácio do Planalto. Ellen, que foi ministra da Corte de 2000 a 2011, se limitou a comentar a morte de Teori Zavascki na saída da reunião.

— Eu tinha Teori como um irmão. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos por 30 anos. Durante minha presidência no Tribunal Federal da 4ª região, fiz com ele uma dobradinha. Ele era meu vice-presidente — declarou a ex-ministra do STF, que disse que Teori foi um modelo de magistrado.

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