Ônibus: secretário compara tarifa à picanha, pelo excesso de gordura, e diz que subsídio do governo tem menos impacto no preço da passagem do que ISS cobrado pela prefeitura

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Em meio à polemica sobre as responsabilidades na definição da tarifa do transporte coletivo, reajustada pela segunda vez, em menos de um mês, o secretário de estado da Fazenda, Jorge Jatahy, acabou entrando na discussão. Jatahy defendeu a necessidade de abertura das planilhas dos custos que compõem a tarifa, para que a população possa ter a dimensão exata do que de fato pesou para que o valor da passagem fosse fixado em R$ 3, 80.

Na opinião do secretária da Fazenda, há excesso de despesas embutido no custo da tarifa, que se fossem retiradas, o valor cobrado ao usuário poderia ser bem menor. “Eu ouvi nas redes sociais ia ser a ‘tarifa Melo’, mas acho que devia ser a ‘tarifa-picanha’, porque vem com muita gordura!”

Jorge Jatahy admite que os dados para cálculo da tarifa de ônibus são complexos e que ele precisaria ter acesso às planilhas. para então demonstrar, na prática, que, mesmo sem o subsídio dado pelo governo, a conta feita pela prefeitura de Manaus para reajustar o preço da passagem de ônibus não ‘bate’.

“Eu não gosto de me manifestar quando eu não tenho conhecimento de todo os fatos, mas, já que o prefeito se manifesta sobre crédito de combustível, eu acho que eu tenho o direito de me manifestar sobre a planilha. Nessa planilha, o peso do combustível era apenas 16, 1%. Se a gente considerar que esse percentual é desonerado de imposto e a gente recompondo a base, isso aumenta em 3,5 % o valor da passagem, ou seja, seria em torno de 11 centavos essa recomposição!”

O secretário afirma que o prefeito Artur Neto está sendo incoerente quando ataca o Governo do Estado por retirar o subsidio, e  faz a mesma coisa. “Ele exige que o Estado abra mão dos seus impostos diretos e ele não abre mão do ISS (Imposto Sobre Serviços). O ISS gera em torno de R$ 19 milhões de receita para a Prefeitura, que poderia ser muito bem abatido e o transporte coletivo é tributado da mesma forma que clínicas e colégios particulares e o ônibus é utilizado basicamente pela população carente!”

Mesmo com o reajuste da tarifa já confirmado pela prefeitura, nessa quarta-feira (22), os rodoviários confirmaram a paralisação, por tempo indeterminado, do sistema de transporte coletivo, a partir da zero hora dessa sexta-feira (24). Segundo eles afirmam, permanece a pendência no pagamento do dissídio da categoria,  o que motivou a última paralisação, na última terça-feira (21), que deixou mais de 300 mil usuários sem ônibus.

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