Do site da CBN (www.redetiradentes.com.br)
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Waldemir Santana, manifestou-se preocupado, nesta segunda-feira (19), com as demissões no Polo Industrial de Manaus, neste fim de ano. Segundo ele, até novembro, 13.800 trabalhadores foram demitidos. Destes, 4.856 são mulheres acima de 31 anos e com, pelo menos, cinco anos de trabalho.
“Esse desemprego acontece com as pessoas doentes, acima de 35 anos de idade e pessoas que tem acima de cinco anos de empresa. Todo ano é a mesma coisa e nós queremos evitar isso! As empresas começam a fazer hora extra no segundo semestre e, agora, demitem as pessoas.”
De acordo com o sindicalista, a denúncia será levada ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público Estadual (MPE). “Estamos levando a denúncia ao Ministério Público (MPE) e à Delegacia do Trabalho, para que isso não aconteça, no ano que vem. E o presente seja a demissão dos trabalhadores.”
Outra preocupação, de acordo com o sindicalista, são as demissões por conta de doença ocupacional. Este ano, mais de 800 pessoas foram demitidas, por conta de lesões por esforço repetitivo (LER).
“Esse ano, foram demitidas 815 pessoas. Elas foram demitidas depois de voltarem do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Nos últimos cinco anos, foram demitidas mais de 7 mil pessoas com doenças ocupacionais. Eu sou a favor do faturamento, mas a questão dos trabalhadores doentes, é berrante o que está acontecendo!”
De acordo com a Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab), por meio de uma estratégia que inclui um programa de qualificação, os Governos Federal e estadual conseguiram evitar, em 2011, a demissão de mais de cem mil trabalhadores do Pólo Industrial de Manaus.
Ao invés da demissão ocasionada por uma má fase da empresa, o programa, previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Artigo 476-A, permite a suspensão do contrato de trabalho para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional.
Utilizando esse recurso, a Setrab firmou mais uma parceria com uma fábrica do PIM, evitando a demissão em massa de 300 industriários. O coordenador do Sine-Amazonas, Paulo Mendonça, afirmou que a estratégia recomenda ao Estado buscar parcerias contra o desemprego.
