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Pesquisadores do Inpa estudam frutas da Amazônia

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Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), após vários estudos com frutas da Amazônia, concluíram que as mesmas podem contribuir para compor uma alimentação adequada em fibra alimentar e com baixa densidade energética.

As frutas analisadas foram: o abiu (Pouteria caimito), o bacuri (Platonia insignis), a carambola (Averrhoa carambola), o ingá-cipó (Ingá edulis), o mapati (Pouroma cecropeaefolia) e o taperebá (Spondias mombim).

Dentre as frutas estudadas, o taperebá, também conhecido como cajá, apresentou o maior teor de fibra alimentar (4,65 gramas para cada 100 gramas da fruta), sendo considerado um valor alto quando comprados com outros frutos hipocalóricos como o abacaxi (1 grama) e a manga (2,6 gramas). O mapati, uma espécie de uva da Amazônia, apresentou o menor teor de fibra (0,84 gramas para cada 100 gramas da fruta).

tapereba

Conforme o pesquisador relata, os resultados apontam que os frutos analisados podem ser considerados hipocalóricos por apresentarem baixos teores energéticos. “Isso se associa ao fato de possuírem baixo teor de gordura e alta quantidade de água”, explicou o pesquisador.

As fibras alimentares são substâncias filamentosas curtas ou longas, derivadas de polissacarídeos formadores das moléculas de celulose, que está presente, principalmente, nos vegetais e atua na formação da parede celular das plantas.

Quando digerimos vegetais (folhas, legumes, frutas) nosso organismo não digere a celulose, porém, é muito importante para o bom funcionamento dos intestinos e composição do bolo fecal.

O estudo, que foi publicado na revista Food and Nutrition Sciences, foi realizado pelos pesquisadores Jaime Paiva Lopes Aguiar e Francisca das Chagas do Amaral Souza, do Laboratório de Físico-Química de Alimentos, vinculado à Coordenação de Sociedade, Meio Ambiente e Saúde (CSAS/Inpa).

Os pesquisadores realizaram estudos para avaliar as características físico-químicas e os teores de fibra alimentar nos frutos regionais “in natura”.

Benefícios

Aguiar revela que estudos recentes têm demonstrado que dietas ricas em fibras protegem contra a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. “A utilização de fibra alimentar, associada a outros dietéticos, pode contribuir com o tratamento de algumas doenças”, diz o pesquisador.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 25 a 30 gramas de fibras para adultos, o que equivale a duas colheres de sopas. O pesquisador explica que as fibras alimentares são classificadas conforme a sua solubilidade em água, em fibras solúveis e insolúveis.

Ele explica ainda que as fibras solúveis são compostos orgânicos que se dissolvem na água e possuem funções específicas no organismo humano como: prolongar o tempo de trânsito intestinal do alimento, retardar o esvaziamento gástrico, diminuição da glicemia (concentração de açúcar no sangue) e na redução dos níveis de colesterol “ruim” (gordura) sanguíneo.

Já as fibras insolúveis, o pesquisador explica que são aquelas que não se dissolvem nem mesmo durante a mastigação e possuem como principais funções diminuir o tempo de trânsito intestinal, aumentar o bolo fecal e auxiliar na redução da ingestão calórica, pois oferecem alto poder de saciedade.

Para o pesquisador, no Brasil, são poucas as Tabelas de Composição de Alimentos disponíveis, no que se refere à fibra alimentar. Dentre eles, Aguiar destaca a Tabela de Menezes & Lajolo (2000) e Mendez et al. (1995). No Amazonas, os trabalhos disponíveis sobre a composição de fibras nos alimentos são do próprio pesquisador (2010).

A Tabela de Composição de Alimentos da Amazônia contém informações nutricionais dos alimentos da região e serve como uma ferramenta para auxiliar os profissionais de Saúde, em especial, os nutricionistas, no estabelecimento de dietas adequadas aos indivíduos. A tabela está na sua 3ª edição e é distribuída para hospitais, universidades, indústrias, entre outros.

Fonte:
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

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