Um levantamento feito nas 27 capitais brasileiras, avaliou itens indicadores de qualidade, como arborização, esgoto a céu aberto, lixo acumulado, condições habitacionais, serviços coletivos urbanos como abastecimento de água e energia adequado, coleta de lixo e infraestrutura. Esses problemas atormentam Manaus há décadas, e levou a cidade a ocupar o quarto lugar no ranking de pior cidade em bem-estar urbano, conforme estudo realizado pelo Observatório das Metrópoles.
Para o professor de arquitetura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marcos Cereto, os problemas passaram a surgir no século passado, após o período da borracha. O professor também destaca que esse crescimento desordenado não é um caso específico de Manaus. E ainda afirma que a única forma de resolver a longo prazo é desvincular a política do planejamento urbano a exemplo da cidade de Curitiba que mantém um órgão específico para planejar o sistema de mobilidade urbana da cidade sem vínculo com governo e prefeitura.
Nas ruas é fácil encontrar situações que comprovem o levantamento: a Avenida Constantino Nery, uma das principais vias da cidade, possui poucas árvores.
A população concorda que ainda tem muito a melhorar. Transporte público lidera a lista de insatisfação.
Considerando todos os municípios do Brasil, as cinco primeiras colocadas estão no Estado de São Paulo. Buritizal, localizada no interior paulista, é a campeã nacional (0,951). Na 5.565.ª posição, o pior índice é de Presidente Sarney, no Maranhão, com 0,444.
A dimensão que apresenta a pior situação de bem-estar, nacionalmente, é a infraestrutura das cidades: 91,5% dos municípios estão classificados como ruins e muito ruins. Para realizar a avaliação da infraestrutura, o Observatório das Metrópoles considerou sete indicadores: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio-fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Somente Balneário Camboriú, em Santa Catarina, apresentou uma condição muito boa de infraestrutura, de acordo com a pesquisa.
Ranking das 27 capitais brasileiras
- Vitória (ES) – 0,9000
- Goiânia (GO) – 0,8742
- Curitiba (PR) – 0,8740
- Belo Horizonte (MG) – 0,8619
- Porto Alegre (RS) – 0,8499
- Campo Grande (MS) – 0,8275
- Aracaju (SE) – 0,8214
- Rio de Janeiro (RJ) – 0,8194
- Florianópolis (SC) – 0,8161
- Brasília (DF) – 0,8131
- Palmas (TO) – 0,8129
- São Paulo (SP) – 0,8119
- João Pessoa (PB) – 0,7992
- Fortaleza (CE) – 0,7819
- Recife (PE) – 0,7758
- Salvador (BA) – 0,7719
- Cuiabá (MT) – 0,7704
- Natal (RN) – 0,7383
- Boa Vista (RR) – 0,7249
- Teresina (PI) – 0,7218
- Maceió (AL) – 0,7036
- São Luís (MA) – 0,7003
- Rio Branco (AC) – 0,6972
- Manaus (AM) – 0,6903
- Belém (PA) – 0,6593
- Porto Velho (RO) – 0,6542
- Macapá (AP) – 0,6413
Reportagem: Jackeline Farah
Edição de texto: Manuela Vieira
Fonte de consulta: VEJA.com