Laudo descarta falha mecânica em avião que matou 7 em Manaus

MANAUS – Uma nova linha de investigação vai apontar se houve falha humana na queda de uma aeronave da empresa Amazonaves Táxi Aéreo, no último dia 21, em Manaus, segundo o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Seripa 7). O primeiro laudo emitido pelo Seripa 7 concluiu que não houve problemas mecânicos com o Sêneca P34 que caiu após a decolagem do terminal 2, na cabeceira da pista do aeroporto internacional Eduardo Gomes, na zona oeste da capital amazonense. O avião explodiu após a queda. Os sete passageiros – três homens, três mulheres e uma criança -, além de um cachorro, morreram na hora.

De acordo com o tenente-coronel Carlos Frederico Schonhardt, do Seripa 7, é investigada a hipótese de que a aeronave voava com carga acima do peso permitido.

– Agora os trabalhos vão se estreitar mais. Vamos investigar o operacional, as condições de treinamento, a experiência e também a frequência de vôo do piloto – diz.

O comandante informou, ainda, que laudos médicos com o histórico clínico do piloto, o empresário Antônio Picão Neto, dono da Amazonaves, auxiliarão nas investigações. O objetivo é verificar se o piloto apresentava algum problema de saúde que pudesse vir a interferir na pilotagem do bimotor. Funcionários da Amazonaves devem ser ouvidos.

Na quarta-feira, o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em Manaus, divulgou laudo preliminar no qual descartou que os motores e as hélices do bimotor tenham sido as causas do acidente.

– Abrimos os motores e não foi constatado qualquer problema – conta Schonhardt.

O tentente-coronel informou também que pretende concluir os trabalhos em quatro meses. Os dados das investigações em Manaus serão encaminhados a Brasília. O relatório final com as causas do acidente deve ser divulgado em um ano.

A aeronave tinha como destino a cidade de Santarém no Pará. Antônio Picão Neto; a mulher dele, Luciana F. Picão; e o filho mais novo do casal, Mateus Henrique Picão, de 12 anos; morreram no acidente. Também estavam na aeronave a funcionária do setor de cargas da empresa, Janilça Oliveira do Nascimento; uma mulher identificada como Kelly Cidrônio dos Santos; o piloto Waldeir Alves da Silva, conhecido como “Mineirinho”; e o pedreiro Magno Souza; além de um cachorro.