Com R$ 40 milhões recebidos por meio da JD Assessoria, após deixar função de chefe da Casa Civil, José Dirceu explica ao juiz Sérgio Moro que pagamento não visava ‘enriquecimento’
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula) afirmou ao juiz federal Sérgio Moro que atuava para abrir mercados para empreiteiras em países como Cuba, México e Peru e que seus trabalho como consultor foi legal e não visava o enriquecimento.
“Eu emprestava meu nome, meu prestígio, e orientava essas empresas. Eu não fazia um trabalho que consultor faz de cavar uma licitação, cavar um contrato”, explicou Dirceu, ao juiz da Operação Lava Jato, em seu interrogatório na sexta-feira, 29, na Justiça Federal em Curitiba.
O ex-ministro disse que não prestou serviços de consultoria para se enriquecer. “Eu fazia o que se faz para abrir mercados para o Brasil eu entendia que eu estava fazendo consultoria, ganhando para me defender, fazer meu blog, viajar pelo País. Eu não estava me enriquecendo, não tinha esse objetivo.”
Moro pediu detalhes sobre relatórios dos serviços prestados e prestações de contas para as empreiteiras contratadas, entre elas a Engevix, que tem dois executivos como réus na ação penal por suposto pagamento de propina ao ex-ministro via lobista Milton Pascowitch.
“Não vou dizer para o senhor que eu fazia relatórios, que eu dava um tipo de consultoria que eu não dava, porque eu vou faltar com a verdade, fazer um falso testemunho para o senhor”, afirmou Dirceu.