Matérias

Estudo aponta que cabeçadas no futebol afetam diretamente o cérebro

brasil-cabecada-e1477316821632

Um estudo elaborado pela Universidade de Stirling, na Escócia, identificou que as cabeçadas executadas em partidas de futebol provocam “mudanças significativas” nas funções do cérebro. De acordo com a pesquisa, a exposição direta aos impactos na cabeça e o uso repetido das cabeçadas provocam diversos danos cerebrais, como concussão.

Para descobrir os efeitos da cabeçada, os pesquisadores escoceses reuniram um grupo de 19 jogadores de futebol e os fizeram cabecear uma bola por 20 vezes seguidas – a bola era lançada por uma máquina que simulava uma cobrança de escanteio. Depois, os cientistas testaram as funções cerebrais e a memória dos jogadores imediatamente após o exercício. Também foram realizados testes após 24 horas, 48 horas e duas semanas.

Os testes de memória indicaram que o desempenho cognitivo reduziu entre 41% e 67% logo após o exercício de cabeçadas, com os efeitos normalizando em 24 horas. Os cientistas, no entanto, ainda estão investigando se as mudanças nas funções cerebrais permanecem temporárias após uma exposição repetida ao esporte e quais são os efeitos em longo prazo dos cabeçadas para a saúde cerebral.

De acordo com a neurocientista cognitiva Magdalena Iestwaart, ainda que os efeitos das cabeçadas tenham se mostrado temporários, eles são bastante significativos para a saúde cerebral, principalmente quando se repetem muitas vezes como em uma partida de futebol. “Com um grande número de pessoas ao redor do mundo praticando o esporte, é importante que eles sejam alertados sobre o que acontece em seus cérebros e o efeito permanente que isso pode ter”.

As pesquisas acerca do tema têm sido impulsionadas por Dawn Astle, filha do ex-jogador da seleção inglesa Jeff Astle. Morto em 2002, aos 59 anos, Astle sofria de demência precoce causada pelas cabeçadas que executava nas antigas bolas de couro usadas em partidas de futebol. Chegaram a apontar a causa de sua morte como “doença industrial”, mas um reexame em seu cérebro descobriu que ele sofria de Encefalopatia Crônica Traumática, conhecida também como demência pugilística. A doença é comum em jogadores de futebol americano, de rúgbi, e ficou conhecida por afetar boxeadores famosos, como americano Muhammad Ali e os brasileiros Éder Jofre e José Adilson Rodrigues, conhecido como Maguila.

Deixe seu comentário

TV

Rádios

Arquivos

  • Arquivos

  • Links

    Links