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Erasmo critica paródia de Tiririca: ‘Engraçado ou não, tem que pagar’

Candidato a reeleição fez versão de ‘O portão’, de Roberto e Erasmo Carlos.
Coautor diz que versão foi ‘ignorância’; advogado defende direito a paródia.

Rodrigo Ortega Do G1, em São Paulo

Erasmo Carlos, que escreveu junto com Roberto Carlos a música “O portão”, criticou a paródia da canção por Tiririca. “Engraçado ou não, tem que pagar”, disse Erasmo em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (27). O parceiro de Roberto classificou a inclusão da paródia na campanha eleitoral do humorista como “ignorância” e “irresponsabilidade”

“Qualquer pessoa com mínimo grau de conhecimento sabe disso: se usar uma música tem que pagar direito aos autores”, afirmou Erasmo. Ele disse que vai deixar que Sony, editora responsável por cuidar dos direitos da música, cuide do caso. A empresa disse no dia 19 de agosto que vai processar Tiririca (PR-SP). Ricardo Vita Porto, advogado do PR, disse nesta quarta-feira que ainda não recebeu notificação judicial relativa à paródia.

Tiririca em vídeo com paródia de Roberto Carlos (Foto: Divulgação )
Tiririca em vídeo com paródia de Roberto Carlos
(Foto: Divulgação )

‘Eu votei’
No vídeo divulgado na TV pela primeira vez no dia 19, Tiririca se veste como Roberto Carlos e canta: “Eu votei, de novo vou votar. Tiririca, Brasília é seu lugar” (com a melodia da música “O portão”). Na propaganda eleitoral, Tiririca está sentado em uma mesa de refeição e mostra um bife, em referência ao comercial da empresa Friboi, que foi estrelado por Roberto Carlos. “Que bifões, bicho”, diz o comediante e político.

“Ninguém é obrigado a ajudar nenhum político e nem ter sua obra intelectual ligada a uma campanha. Pensamos que após a notificação, o candidato pediria desculpas, mas não foi o que aconteceu. Diante da afronta, está tomada a decisão de entrar com o processo”, disse José Diamantino.

A Lei de Direito Autoral diz que “são livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária”. O advogado da Sony argumenta: “A lei permite a paródia em um contexto de comédia, em um circo ou em um programa de humor. Na medida em que uma pessoa usa a música adaptada para promover uma marca ou um candidato, o caso é diferente.”

O advogado do partido de Tiririca discorda da editora. “Não associamos ninguém à campanha neste caso, está claro que é uma imitação. Quem assiste não confunde, não acha que é o Roberto Carlos que está falando. É uma paródia, permitida pela Lei de Direitos Autorais, e não a utilização da música integral de Roberto Carlos”, diz Ricardo Vita Porto.

G1 procurou a assessoria de Roberto Carlos, mas o cantor não se pronunciou sobre o caso.

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