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Dívida bilionária pode gerar apagão em Manaus. Entenda

A redução dos subsídios da Conta de Consumo de Combustíveis, prevista na Conta de Desenvolvimento Energético para 2016, aumenta o risco de inadimplência das distribuidoras de energia dos sistemas isolados da região Norte. O destaque é para a Amazonas Energia, controlada da Eletrobras, que já deve R$ 3,2 bilhões para a Petrobras, que chegou a cortar o fornecimento de gás para usina Mauá e ameaça também cortar o combustível para as demais usinas.

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Segundo relatório da estatal de petróleo ao qual a Rede Tiradentes teve acesso, a distribuidora de energia do Amazonas, já deve R$ 1 bilhão relacionados à entrega de gás natural e R$ 2,2 bilhões pelo combustível líquido (óleo diesel ou óleo combustível) adquiridos da BR Distribuidora. Esses valores se somam a uma dívida de R$ 8,5 bilhões, já repactuada, da companhia com a Petrobras e sua distribuidora de combustíveis. A cobrança da dívida chegou ao seu ápice esta semana com o corte no fornecimento do gás natural para a usina Mauá e do anúncio de corte de combustível para a usina de Aparecida em 30 dias, caso as dívidas não sejam liquidadas.

O anúncio de corte no fornecimento de combustíveis para a geração de energia elétrica em Manaus, gerou apreensão na sede da Eletrobras Distribuição Amazonas, no centro de Manaus. O diretor presidente da empresa, Antonio Paiva, viajou às pressas para Brasília para tentar negociar com a direção da Petrobras.

Segundo ele, essa tentativa de negociação é antiga. O que se quer evitar é a possibilidade de apagão em Manaus, situação que foi descartada pelo presidente, mas que no fundo, depende muito mais da Petrobras.

 

A Rede Tiradentes apurou que a petroleira estava sendo pressionada a “relevar” os problemas da Eletrobras, abrindo mão de recorrer à Justiça. O problema se arrasta há sete anos, mas em 2015, a BR passou a exigir pagamento à vista, retirando o prazo de 90 dias concedidos anteriormente para quitação da compra. Especialistas ouvidos pela reportagem, afirmam que os problemas na região passam pela falta de investimento na conversão das térmicas existentes para uso de gás como combustível, pelo roubo de energia, pela desorganização da gestão e pela falta de interligação do sistema de transmissão.

 

Reportagem: Fabio Melo

 

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