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Cresce o número de mulheres com problemas de saúde decorrentes de cirurgias feitas fora do País

Especialistas fazem alerta à quem opta por procedimentos realizados fora de Manaus, especificamente na Venezuela

O presidente da SBCP- AM, Ricardo Góes, ressalta que o principal destino dos amazonenses para cirurgia plástica é a ilha de Margarita e a cidade de Porto Ordaz, na Venezuela

O presidente da SBCP- AM, Ricardo Góes, ressalta que o principal destino dos amazonenses para cirurgia plástica é a ilha de Margarita e a cidade de Porto Ordaz, na Venezuela (Winnetou Almeida)

Nas últimas semanas, as cirurgias plásticas realizadas fora de Manaus, especificamente na Venezuela, foram tema dos noticiários locais e não à toa: o número de mulheres com problemas decorrentes desses procedimentos aumentou nos hospitais da cidade.

De modo geral,  triplicou o número de pacientes para  “turismo médico”, uma  prática  antiga e prevista no Código de Ética Médica, mas  que requer cautela e pré-requesitos, conforme alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Amazonas  (SBCP- AM).

Ainda em fase de finalização do  levantamento estatísco para detalhar informações sobre amazonenses que buscam outros países para cirurgias plásticas, o presidente da SBCP- AM, Ricardo Góes, ressalta que o principal destino dos  amazonenses para cirurgia plástica é a  ilha de Margarita e a cidade de Porto Ordaz, na Venezuela.

O baixo custo, comparado ao Brasil,   e a proximidade do País, que pode ser acessado via terrestre, já são apontados como os principais atrativos. “O turismo médico acontece há muito tempo e em vários países.  Muitos americanos vem operar no Brasil, por exemplo, como ingleses vão à Índia. Mas cada país tem sua legislação e o paciente não deve pensar apenas na economia, mas sim na sua saúde”, reforça.

O alerta está relacionado ao crescente número de pacientes com complicações nos últimos dois anos, em sua maioria de mulheres de Manaus que voltaram da Venezuela. Segundo Ricardo Goés, em apenas seis meses, aproximadamente cinco mulheres amazonense morreram após operações fora do País, sendo que a média de óbitos local não chega a uma  por ano.

“[essas complicações] Estão relacionadas à qualidade do material ou a ineficiência da esterilização? Será falta de cuidados pós-operatórios? Serão devido a longa viagem praticada pelo paciente?  Provavelmente a alguns fatores associados”, enumera.

De acordo com ele, há bons profissionais estrangeiros, habilitados e  regulamentados, mas há uma série de requisitos que o paciente deve ter antes de qualquer cirurgia, em especial se for fora da sua cidade.

“Não existem clínicas em Manaus associadas à Venezuela, então a pessoa deve estar ciente que pode precisar de assistência de um cirugião plástico local que cobrará para acompanhar ou tratar complicações e sequelas”.

Esse foi o caso de Luiza Alves* (nome fictício), 35, que ficou hospitalizada em Manaus 20 dias após voltar de uma cirurgia plástica na Venezuela. Ela viajou de ônibus na companhia de uma amiga e conheceu o local e o médico na mesma semana do procedimento. “Lá estava me sentindo muito bem, mas quando cheguei aqui meus pontos inflamaram e aréola ficou repuxada, vou ter que fazer uma cirurgia  reparadora”, diz.

Orientações

O cirurgião plástico e membro da SBCP–AM, Euler Ribeiro Filho,  destaca que o pré e o pós-operatório são fundamentais para garantir um  resultado com sucesso. “É necessário estabelecer um relacionamento com o paciente, conhecer seu histórico de saúde, psicológico, fazer ele ganhar confiança no médico e na equipe, analisar o que ele quer e o que o corpo dele permite fazer. Isso não é possível fazer na véspera da cirurgia. Além disso, é preciso um acompanhamento após a cirurgia, não só os 15 dias pós-operatório. Alguns casos a gente monitora  em até um ano”, diz.

A dentista amazonense Fernanda Portela,  33, realizou uma abdominoplastia e implantou silicone nos seios há mais de um ano, na cidade de Purto Ordaz. “Estou muito contente com o resultado e já indiquei para várias amigas que também não tiveram nenhum problema, mas fizemos a nossa parte”, ressalta.

Ela destaca que fez um check up geral em Manaus, pesquisou pela  Internert o médico, se consultou com três cirugiões na Venezuela  e conheceu suas respectivas clínicas e hospitais, além de ter levado quatro pessoas da família para acompanhá-la. “Depois que escolhi o profissional, refiz todos os exames e segui todas as orientações”.

Fernanda revela que ainda contratou um carro para  trazer ela e as acompanhantes. “Ninguém pode tomar a decisão da noite para o dia, seja para fazer em Manaus ou fora. Como profissional da área, digo que há muitas clínicas clandestinas lá, como também aqui. Você é que tem quer cautela, pesquisar, pensar bem antes,  pois a sua saúde é a coisa mais preciosa”.

Orientações

Pesquisar histórico e se o médico  está regular; A consulta sobre o cirurgião brasileiro pode feita ser no www.portalmedico.org.br;A consulta sobre o cirurgião estrangeiro pode feita ser no www.isaps.org/pt/ Visitar as instalações da clínica ou hospital onde será realizada a cirurgia;Conferir se o local possui equipamentos e profissionais para emergência e urgência;Realizar exames pré-operatórios;Não conhecer o médico na véspera, mas durante o pré-operatório;  Viagens  são recomendas, no mínimo, 20 dias após a cirurgia;Entender o idioma do médico, sem precisar de intermediários.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Amazonas  (SBCP- AM).

Serviço

Dr. Ricardo Góes:  (92) 3659-3943 e [email protected]

Dr. Euler Ribeiro Filho:  (92) 3584-5952 e [email protected]

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