Projeto para homenagear familiar que morreu mudou vida de Fernanda Gentil

A apresentadora Fernanda Gentil passa boa parte do seu tempo trabalhando na Globo. Ela é uma das responsáveis por levar ao ar o Esporte Espetacular em quase todos os domingos. Mas, sua vida não é dedicada apenas à emissora. Quando está fora dela, ela ”gasta”, ou ganha como a jornalista prefere falar, tempo com a Caslu, uma ONG que ajuda crianças no Rio de Janeiro.

 

O projeto social de Fernanda Gentil tem dedicação diária da apresentadora. A ONG foi criada em 2013 em parceria com Matheus Braga, seu ex-marido, e os amigos Patrick Lopes e Felipe Cantieri. A ação surgiu há quatro anos, como uma homenagem a uma familiar que a jornalista perdeu.

“A Caslu começou em outubro de 2013, inspirada em uma história da minha família, que perdi uma pessoa muito próxima. Nos juntamos e quisemos transformar essa história, que foi triste e trágica para mim. Quisemos transformar em esperança, alegria para muitas outras pessoas. Tirar dessa tristeza algo bom para outras crianças”, falou Fernanda em entrevista ao UOL Esporte.

“A Caslu mudou tudo na minha vida. Depois dos meus filhos, foi a melhor coisa que fiz na vida. Outro sentido para tudo, outra visão, novos valores. Aprendi de verdade o que é um problema. Não é um carro batido, conta atrasada ou uma gordurinha a mais. Problema é a criança que chega numa caixa de sapato, num orfanato, portadora de HIV, abandonada com braço quebrado. Isso é problema. Por esses problemas, eu tenho me movimentado muito pela Caslu. Isso tem lavado minha alma. Aprendi a me estressar e sofrer, gastar o tempo necessário com meus problemas, só o tempo que eles exigem, nada mais que isso”, completou.

A ONG já ajudou pelo menos 2 mil crianças em 12 instituições desde que foi criada. A ajuda nunca é feita com dinheiro em papel. O valor conquistado com a venda de camisas no site é sempre revertido em serviços ou alimentação.

O nome da instituição é inspirado em Lucas, afilhado que Fernanda Gentil resolveu criar aos 22 anos após a morte de uma familiar por problemas de saúde. A dedicação da apresentadora é diária.

“Me dedico todos os dias a Caslu. Graças a Deus todo dia tem pedido chegando, preciso separar as camisas, botar no Correios, preencher os envelopes. Fazer toda produção das ações, desde selecionar voluntários até ir no mercado, comprar doações ou correr atrás de doadores dos serviços. Nem sinto que estou gastando tempo, na verdade, eu estou ganhando tempo”, afirmou.

Fernanda ainda revela que o maior desafio de seu trabalho na ONG é conscientizar as pessoas da importância do que é feito.

“Maior desafio é vender camisa. Conscientizar a pessoa que ela não está comprando o produto, ela está doando o melhor dela quando paga os R$ 70, doando dois sacos de macarrão, uma lata de Nescau, uma parcela da reforma de um banheiro de um orfanato, do quarto de uma menina que não tem onde dormir. Comprar um xampu para uma criança que não tem o que passar na cabeça. Esse é o desafio, ensinar o que aprendi há muito tempo, que estava faltando isso em mim”, disse.

“A gente normalmente acha manchetes que lê nos jornais, vê na televisão que as notícias estão bem distantes da gente. Uma criança filha de um usuário de droga, outra que é abusada pelo pai no lixo, mas, infelizmente, isso não está longe da gente. Está bem perto, está no vizinho ao lado, essas crianças são iguaizinhas as que a gente tem, nosso filho, nosso afilhado, sobrinho, neto. Iguaizinhos. Chega no orfanato, o olhar é o mesmo, a vontade é a mesma, as brincadeiras são as mesmas, pedido de colo é o mesmo. Então, isso nos aproxima muito das realidades, não tem como virar as costas”, finalizou.

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