Piratas roubam carga de eletroeletrônicos avaliada em R$ 15 milhões. Ações aumentam insegurança nos rios da Amazônia e empresários cobram providências ao poder público

 

Fotos do resultado de um ataque de piratas a um comboio de balsas da empresa Bertolini, que transportava 45 carretas com aparelhos eletroeletrônicos produzidos no Pólo Industrial de Manaus (PIM), na última sexta-feira (8/12), próximo à baía de Marajó, expuseram a situação de insegurança enfrentada pelos empresários do setor de navegação, nas redes sociais.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Amazonas (Sindarma), Dodó Carvalho, a situação, já ocorre há algum tempo.

“As viagens estão ficando muito perigosas, as tripulações não querem mais viajar para determinados trechos que elas sentem mais seguras – no caso a viagem de Belém é mais perigosa – mas a viagem do Madeira nós também temos o problema do garimpo ilegal que invade os rios e isso causa uma insegurança, também, nas viagens, e temos, também as viagens do Alto Solimões. Precisa de uma ação coordenada das polícias da Região amazônica, no sentido de a gente vencer esta pirataria. Este é um assunto recorrente, que a gente vem alertando as autoridades há algum tempo sobre o que está acontecendo e que precisa de uma ação maior, de uma ação federal, porque os nossos rios são rios federais e a única ação federal que a gente conhece é a da Base Anzol, no Alto Solimões e, rio abaixo, nós não temos mais nada.”

Segundo Dodó Carvalho, somando os ataques de piratas ocorridos somente os últimos 90 dias, o prejuízo está próximo dos R$ 20 milhões. No transporte de combustível, os prejuízos já somam R$ 100 milhões por ano.

“As caretas que foram saqueadas foram cargas de 15 milhões. Noventa dias atrás, nós tivemos uma balsa inteira. Mil toneladas de telhas Brasilit avaliadas em R$ 1 milhão. Levaram toda a carga, cem por cento. Já o transporte de combustível, nós temos um estudo do sindicato, que a gente perde em torno de R$ 100 milhões/ano, só com ações de pirataria.”

Dodó Carvalho revela que, por conta da ação dos piratas, algumas empresas do PIM já cogitam a possibilidade de abandonar o modal de transporte rodo-fluvial para escoar a produção.

“No caso específico do Distrito Industrial que produz eletroeletrônicos e que manda essa carga pra acessar as estradas, tanto em Belém quanto em Rondônia, eles começam a pensar em deixar de utilizar esse modal de transporte, que é mais eficiente e mais  barato, em função da segurança das suas cargas.”

Também chamados de “ratos d’água”, os piratas atuam sempre em grupos. Eles ficam de tocaia e, usando rádios, articulam os ataques. Os alvos prediletos são embarcações que transportam combustível e eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus.

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