PF ganha acesso à investigação do caso Marielle Franco. Delegados federais passam a acompanhar caso e apuram supostos desvios de conduta de encarregados do inquérito.

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu acesso irrestrito à Polícia Federal ao inquérito da Polícia Civil do estado sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. A PF entrou no caso a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com o objetivo de apurar supostas tentativas de atrapalhar a investigação por parte de agentes públicos.

O miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o “Orlando de Curicica”, que está preso em uma penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi ouvido nessa sexta-feira (7) por três delegados da Polícia Federal. Orlando é considerado uma peça fundamental na investigação do caso e questionou, em entrevista concedida no mês passado ao jornal O Globo, a isenção da Polícia Civil para resolver o caso. Durante a entrevista, Orlando reafirmou o que havia dito em um depoimento ao Ministério Público Federal e acusou a Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense de receber propina para não concluir inquéritos.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Orlando acusou o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil e ex-titular da Divisão de Homicídios, de já ter recebido R$ 300 mil em propina. Sobre as suspeitas relatadas nos depoimentos, Rivaldo Barbosa disse que a investigação está sendo conduzida com dedicação e seriedade e que repudia o que chamou de tentativa de um miliciano altamente perigoso, que responde a 12 homicídios, de colocar em risco essa investigação. O delegado disse ainda que tais afirmações não causam surpresa, porque, historicamente, chefes de organizações criminosas se utilizam do mesmo artifício para desmoralizar instituições idôneas e seus membros.

(reportagem Paulo Henrique Gomes/Agência do Rádio)

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