Parlamentares da CMM criticam mudanças na área de Saúde anunciadas por José Melo

As mudanças na área da Saúde no Estado do Amazonas com o propósito de conter a crise econômica, anunciadas pelo governador José Melo (PROS), na última sexta-feira (20), receberam manifestação contrária pela maioria dos vereadores, na manhã desta segunda-feira (23), durante o Pequeno Expediente.

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Da tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), os parlamentares criticaram a integração dos Centros de Atenção Integral à Criança e ao Idoso (Caics/Caimis), os quais terão atendimentos em policlínicas, juntamente a outras especialidades, além de outras unidades como os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), que, com a mudança, serão desativados.

Primeiro a usar a tribuna, o vereador Marcelo Serafim (PSB) mostrou indignação referindo ao fechamento da unidade de saúde Cardoso Pontes, referência em pneumologia no Estado e que atende 60% de novos casos de tuberculose.

“É a nossa unidade de referência que será fechada e descentralizada das ações”, observou o vereador, ao acrescentar que o local também atende pacientes de micose profunda e pulmonares. “Fechar Caic, Caimi e maternidades para transferir pacientes para outras áreas não pode ser uma medida acertada”, completou Marcelo Serafim, dizendo que o secretário de Saúde precisa dar motivos reais às mudanças, na Câmara, e rever as medidas adotadas.

Por sua vez, Waldemir José (PT), ao solicitar uma Audiência Pública no seio da Comissão de Saúde da CMM para debater o assunto, envolvendo atores ligados à Saúde. “Uma atitude como essa não pode ser tomada sem o diálogo com a sociedade”, sugeriu o parlamentar, que observou, ainda, que no bairro de Petrópolis, zona Sul, a igreja católica se prepara para manifestar contra as medidas.

Não diferente ao discurso de Waldemir José e Marcelo Serafim, o vereador Joãozinho Miranda (PTN) também relatou que o mesmo ocorre nos bairros Alvorada e Redenção, ambos na zona Centro-Oeste.

“Fui procurado por diversas lideranças para que possamos manifestar contra essa mudança. Vamos estar reunidos hoje à noite na Redenção para organizar a manifestação nos postos de saúde que estão sendo ameaçados de fechamento. O governador precisa buscar corte, mas que seja em secretarias que não sejam tão importantes e que não afete diretamente a população”, disse Joãozinho Miranda.

O líder do prefeito na CMM, vereador Elias Emanuel (PSDB), disse que a medida pegou todos de surpresa e que faltou diálogo por parte do secretário Pedro Elias, ao justificar que as mudanças sequer foram conversadas com a secretaria de Saúde do Município.

“A secretaria municipal tomou conhecimento do fechamento dos Caimis e Caics, na sexta-feira por meio da imprensa”, disparou Elias, concordando que tanto o secretário de Saúde do Estado quanto do Município precisam estar na reunião na CMM.

“Não dá para retroceder no tempo sem a discussão devida, porque 33 mil pessoas que não têm plano de saúde em Manaus irão para o serviço público, e o atendimento básico é responsabilidade da prefeitura, mas qual é a acomodação que vamos fazer”, questionou Elias, observando que o fechamento dessas unidades de atendimento acarretará em alvo de depredação.

“Portanto antes de tomar qualquer medida nesse sentido é bom dialogar. Fechar uma unidade como Cardoso Pontes é um desatino. Secretário Pedro Elias coloque a mão na consciência, do contrário o Estado também vai fechar a Fundação Alfredo da Mata, o Centro de Controle De Oncologia do Amazonas (Cecon) e isso não queremos”, repudiou Elias Emanuel.

Mais contrários

Sildomar Abtibol (PROS) ressaltou ser preciso que se busque uma resposta rápida junto ao governador José Melo em um diálogo com a prefeitura. “Acredito na responsabilidade dos dois poderes para buscar uma solução. É o momento de união para tentar buscar alternativas”, destacou Abtibol.

O vereador Jairo da Vical (PROS) também disse não concordar com a medida e que o Estado deve tratar como prioridade a Saúde. “Sair dos Caimis e ir para o Hospital 28 de Agosto e outro centro de atendimento será o caos. Temos que mostrar a nossa posição que é não concordar a essa medida”, declarou Jairo da Vical.

Na sequência, outros parlamentaram também manifestaram indignação contra a medida, como os vereadores Professor Bibiano (PT), Joelson Silva (PSC), Socorro Sampaio (PP), Mário Frota (PSDB), Junior Ribeiro (PTN), Dr. Ewerton Wanderley (PPL), Francisco da Jornada (PSD), Arlindo Junior (PROS), Rosivaldo Cordovil (PTN), Plínio Valério (PSDB), Professora Jacqueline (PHS), Marcel Alexandre (PMDB), Rosi Matos (PT), Pastora Luciana (PP), Professora Therezinha Ruiz (DEM) e Roberto Sabino (PROS).

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