– (fotos: Marcos Pontes) – “É preciso superar a violência!” Foi o que disse, agora, há pouco, em entrevista à Rede Tiradentes, agora há pouco, na Praça da igreja matriz, o arcebispo metropolitano de Manaus, dom Sérgio Castriani, momentos antes do lançamento oficial da Campanha da Fraternidade 2018, que, este ano traz o tema: “Fraternidade e superação da violência”, e que, para uma Quarta-feira de Cinzas (14), surpreendeu a coordenação e reuniu um número de pessoas maior do que espertado pela Arquidiocese da capital.

O arcebispo lembrou que, de acordo com o evangelho do Velho Testamento, a violência começou entre os irmãos Caim e Abel, em que, por inveja, Caim matou o próprio irmão. Ao longo da história da humanidade, a violência só aumentou entre os homens, apesar de grandes períodos de paz, uma violência que culmina com as guerras e as tensões sociais.

Para o coordenador da Campanha, padre Geraldo Bendahan, “é preciso estabelecer gestos de paz para poder alcançar a cultura da fraternidade.”

Para Bendahan, numa declaração mais política, “é preciso vencer as trevas da violência humana mas também das estruturas sociais que tem afetado a toda a sociedade.”

Padre Geraldo Bendaham, explicou de que forma a Igreja Católica pretende alcançar os fieis como o tema.

“É necessário superar a cultura da violência, como, por exemplo, por a culpa na vítima. Uma mulher, por exemplo, é estuprada, porque estava se vestindo, mal. Isso é uma mentalidade que precisa ser superada! A outra é a gente tratar as pessoas como inimigas. As pessoas não são nossas inimigas. Nós somos irmãos!”

Mas, para a Igreja Católica, a principal violência que atinge a sociedade não é a dos tiros, e sim, aquela que é camuflada pelos políticos: a corrupção.

“A corrupção é um vírus, é um câncer, é uma coisa horrorosa, um covardia, porque, roubar o dinheiro público, é uma forma de violência que realmente atrasa toda …  (imagine!), a Educação, a Saúde. É uma coisa terrível!”

O Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castrianni, considera a corrupção como a pior violência, por isso, convoca o povo católico a se unir contra essa mazela e construir uma sociedade mais justa e mais humana.

“Nós queremos aquilo que o outro tem e, por isso, matamos o outro. Paremos Caim e Abel! A cultura começa com a violência. O irmão que mata o irmão. Então é a convenção pessoal é importante. Mas depois, a convenção social, também. Estruturas na violentas. Chamo atenção à Não Violência e promovemos também atos simbólicos de não violência!”

No calendário católico, o lançamento da Campanha da Fraternidade marca o início da Quaresama, período do ano litúrgico que antecede a Páscoa cristã.