Na primeira entrevista após a eleição para governador, Braga afirma que o eleitor não considerou projeto dele para o Amazonas e que vota em Lula para presidente

O senador Eduardo Braga (PMDB), descartou, nesta segunda-feira (13), concorrer ao governo do Estado, nas eleições do ano que vem, mas pretende concorrer à uma das vagas disponíveis para o Senado pelo Amazonas.

Na primeira entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, após a eleição, em que concorreu com o adversário Amazonino Mendes (PDT), Braga lamentou que o eleitor do amazonense não tenha considerado o projeto de governo dele, principalmente nas áreas de Segurança, Saúde e Economia, mas que respeita o resultado da eleição.

Afirmou, porém que, “cada eleição é uma eleição!. O que aconteceu foi que tivemos uma situação atípica, pela situação do Estado, levado à crise pelo então governador José Melo.

Falando sobre o reflexo das acusações contra ele sobre a candidatura, Braga disse que a classe política está ‘no olho do furacão’, por causa dos delatores que fazem acusações sem provas. Para o senador, “muitas vezes, o que é divulgado pela imprensa acabam ‘tisnando’ a imagem das pessoas, que ficam sem o direito de defesa.”

Braga afirmou, porém que, “Quem não deve, não teme!” e criticou as malas de dinheiro que têm aparecido nas denúncias.

Outro problema para ele foi a divisão do grupo político dele, com a decisão de ex-deputada e gestora da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Rebecca Garcia (PP) de sair candidata e do distanciamento do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).

De acordo com Braga, foi ele quem indicou Rebecca para a Suframa e apoiou Arthur para Prefeitura.

Comentando um possível erro na escolha do vice, que poderia ter sido a também ‘pepista’ Conceição Sampaio, o senador disse que, numa eleição, “se constrói a chapa que é possível e que não foi ele que mudou em relação à Conceição. “Havia conversas com o então governador interino David Almeida (PSD) para que Rebeca fosse candidata, teriam ‘melado’ a situação. Segundo o senador, os votos para Rebecca no Interior foram da base dele e a candidata ainda teve o apoio da máquina pública.”Tem inclusive ações na Justiça Eleitoral sobre isso!”.

Apesar disso, afirmou, “foi uma eleição em que consegui ir para o 2º turno, enfrentando as máquinas nos municipal, estadual e até federal, e as dificuldades financeiras.”

Sobre as causas da crise no Estado, Braga afirmou que uma das causas é a forte tributação sobre o comércio. “Há uma imprevisibilidade sobre tudo! Há dificuldades financeiras em Manaus e todo o Amazonas. Uma das causas é a forte tributação sobre o comércio. As áreas mais atingidas são Segurança e Saúde!”.

Sobre o novo governo, o senador afirmou que “Tá cedo pra cobrar alguma coisa do Amazonino, mas o Amazonas está em crise e o povo vem sofrendo!”.

Conforme Braga, ele não conversa com o atual governador há muito tempo. O senador observou que, até o momento, não foi procurado por nenhuma das lideranças, mas que se coloca à disposição para ajudar resolver os problemas do Estado.

Eduardo Braga criticou a privatização da Eletrobras. Ele disse que, enquanto a privatização da telefonia foi boa para a população, a privatização da companhia energética será muito ruim para os usuários. Segundo o senador, contratos que garantiriam a geração de energia para o Interior não foram assinados e preocupam. “Não há um único produtor independente de energia. O resultado é que se o Interior for afetado, a energia na capital fica mais cara!”, alertou.

O senador, que votou contra a reforma da Previdência, afirmou que a população também não apóia o governo nas mudanças e que as novas regras decisões deveriam ser para quem está começando a pagar. Disse. Ainda, que seis artigos da reforma fragilizam os direitos do trabalhador, portanto, ele torce pelo Brasil e fica com a vontade do povo.

Sobre a eleição para presidente, no ano que vem, reafirmou que entre Lula e Bolsonaro, ele é Lula. “É preciso construir uma solução política que seja responsável com o Estado de Direito. Se o Lula tivesse mandado para o Congresso a emenda da mudança, que o elegeria para o terceiro mandato, teria sido eleito!”

Falando sobre os riscos de instabilidade política na América Latina e, Braga lembrou da importância do papel do Brasil nesse contexto. “É preciso escolher bom o novo presidente da república!”, afirmou.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *