Mulheres recebem orientações sobre o aleitamento materno nos terminais de ônibus de Manaus

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Equipes das maternidades e dos bancos de leite da Secretaria Estadual da Saúde (Susam) realizaram nesta terça-feira (4), uma blitz educativa, com distribuição de material informativo sobre o aleitamento materno, em quatro dos principais terminais de ônibus da cidade – T1, T3, T4 e T5. A ação integra a programação especial organizada pela Susam, para marcar a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que se estende até sexta-feira (7).

“O aleitamento materno, como sabemos, é considerado um grande aliado das ações de combate à mortalidade infantil”, disse o secretário estadual da Saúde, Pedro Elias de Souza.

Ele destacou que, pelo comprometimento com a causa, toda a rede de maternidades da Susam é detentora do título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Unicef, à unidades que atuam fortemente para evitar que os bebês passem pelo desmame precoce.

De acordo com a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Katherine Benevides, a ação educativa que será realizada nesta terça-feira pelas equipes das maternidades, bancos de leite e postos de coleta tem o objetivo de reforçar, junto à população, as informações sobre a importância do aleitamento materno. “É uma oportunidade, ainda, para divulgarmos o serviço realizado pelos Bancos de Leite, que ajudam crianças que não podem ser amamentadas pela própria mãe, o que inclui muitos casos de prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva da rede pública e particular”, frisou a coordenadora.

Na próxima sexta-feira (7), ainda como parte da programação, será inaugurado na Maternidade Chapot Prevost, na Colônia Antônio Aleixo, um novo posto de coleta de leite humano, que atuará vinculado ao Banco de Leite Humano do Amazonas, da Maternidade Ana Braga.

Atualmente, os três Bancos de Leite Humano (BLH) da capital têm uma rede de 13 postos de coleta e a Susam tem a meta de ampliar em número em mais 20 postos, o que deverá ocorrer entre este segundo semestre de 2015 e o ano de 2016.

Vantagens – Consultor em Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, o pediatra Jefferson Pereira Guilherme, que atua na Maternidade Ana Braga, destaca que o leite materno garante maior proteção à saúde dos bebês, com vantagens a longo prazo, na vida adulta. O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água de que o bebê necessita para ser saudável. Também contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, como anticorpos e glóbulos brancos e, por isso, protege o bebê de certas doenças e infecções. É o alimento que atende plenamente as todas as necessidades da criança, até os seis meses de vida.

“Crianças que são amamentadas pelo período adequado, na vida adulta, têm menos risco de desenvolver diabetes, obesidade ou sobrepeso, colesterol alto, doenças cardiovasculares, entre outras”, diz o pediatra, que também é consultor internacional em lactação.

Além de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho, o aleitamento materno também apresenta vantagens para a saúde da mulher. No pós-parto, ajuda o útero a voltar ao tamanho normal mais rapidamente, evitando sangramentos excessivos e que a mãe fique, sujeita, portanto à anemia. “A amamentação ajuda também a proteger a mulher do câncer de mama e de colo uterino”, acrescenta o médico.

Jefferson Guilherme frisa que as atividades desenvolvidas durante a Semana Mundial da Amamentação têm o objetivo de contribuir para o resgate da cultura do aleitamento materno. Apesar de ser um ato natural, diz ele, essa prática perdeu muito espaço a partir do final da década de 60 e por toda a década de 70, caracterizadas pelo desmame precoce dos bebês. “Isso ocorreu em todo o mundo, não apenas no Brasil. Verificou-se, simultaneamente, um aumento da taxa de mortalidade infantil e, muito por conta disso, iniciou-se um movimento de recuperação desta cultura”.

O pediatra defende que o sucesso do aleitamento materno não depende, portanto, apenas de aspectos biológicos, mas também culturais e sociais. “Por isso é tão importante que as mulheres modernas, muitas das quais não viram suas mães amamentar e não têm, portanto, esse gesto incorporado como algo natural, sejam apoiadas, bem orientadas e estimuladas a amamentar seus filhos. Sociedades que amamentam mais, são sociedades mais saudáveis, menos doentes”, diz o especialista.

Jefferson Guilherme orienta as mães que estejam com dificuldades em amamentar seus bebês a sempre procurar a orientação nos serviços preparados para ajudá-las e diz que este apoio pode ser encontrados nas Unidades Básicas de Saúde que integram a Rede Amamenta Brasil, nas maternidades que dispõem do título de Hospital Amigo da Criança ou nos Bancos de Leite Humano.

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