Modelo Paola Antonini fala de perna amputada: ‘Nunca chorei por isso’

Era véspera do ano novo de 2015, e a modelo mineira Paola Antonini planejava  a viagem dos sonhos com o seu namorado – relacionamento que havia começado há apenas 12 dias. O destino escolhido era o balneário de Búzios, no Rio de Janeiro. Horas antes de sair de casa, enquanto colocava as malas no carro estacionando na porta de sua casa em Belo Horizonte, uma motorista perdeu o controle do veículo e atingiu em cheio a jovem. Após 14 horas de cirurgia, Paola acordou no hospital com uma das pernas amputadas. Ali começava sua nova história. E foi essa história que ela contou para o EGO em conversa na Vila Paralímpica dos Atletas, na Zona Oeste do Rio.

“Nunca chorei por ter perdido uma das minhas pernas. Chorei de dor e passei por momentos difíceis e é claro que teve toda uma adaptação logo após o acidente. Mas desde o primeiro momento, ainda no hospital, não me vi no direito de reclamar de nada. Só tenho a agradecer por estar viva e tudo que aconteceu comigo. Vejo isso tudo como uma segunda chance… Não foi uma questão de escolha perder uma das pernas, simplesmente aconteceu. Eu mesma só precisei fazer uma escolha: conhecer esse novo mundo que me esperava”, diz ela, 21 meses depois do episódio.
Nunca fui vítima de preconceito, mas já vi muitas pessoas sentiram pena de mim.”
Paola Antonini

Zero preconceito e mais curiosidade
Apontada como uma das musas da Paralimpíada no Rio 2016, Paola ressalta que nunca sentiu qualquer tipo de preconceito. Durante o bate papo – que aconteceu no P&G Salon, o salão de beleza armado por um dos patrocinadores da Olimpíada Rio 2016 na Vila dos Atletas -, ela se emocionou com histórias de superação e também se viu servindo de inspiração para muitas mulheres. “Ver toda essa inclusão social é bem gratificante, mas a acessibilidade para o deficiente ainda é complicada. Não são todos os lugares que estão preparados”, aponta ela. “Nunca fui vítima de preconceito, mas já vi muitas pessoas sentiram pena de mim e vou logo avisando que não precisa se preocupar comigo porque estou bem e feliz. Hoje, os olhares são mais de curiosidade. Eu sou muito bem resolvida e acredito que isso muda tudo, acaba ficando normal e natural. Sim, sou uma mulher de aço. Tenho minha rotina, meu namorado, meus amigo, minha família e meus sonhos”, diz ela.

Coleção de minissaias e saltos altos sem problemas
Sucesso nas redes sociais, Paola diz que dar um passo de cada vez é fundamental. Os planos de fazer faculdade de Jornalismo, para no futuro ser apresentadora, não foram descartados. Hoje, além das sessões de fisioterapia, ela divide seu tempo com aulas de dança para aprender novos movimentos com a perna mecânica. “Tenho duas próteses. Uma é eletrônica, que precisa ser carregada toda noite, como um celular. A outra é mecânica, que é mais simples e pode ser usada até na praia. Consigo fazer tudo, até usar salto alto”, comemora.

Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini usa prótese mecânica a um ano e meio
(Foto: Anderson Barros / Ego)

Dona de uma verdadeira coleção de minissaias e shortinhos, Paola não mudou seu estilo de se vestir após o acidente. “Adoro usar roupinha curtinha e uso muito vestido. O fato de ter prótese na perna nunca me fez mudar de estilo. Só para os Jogos Paraolímpicos trouxe mais de 10 shortinhos”, conta ela.

A vaidade com o corpo, cabelo e pele também não mudou. “Adoro me cuidar e sou vaidosa, mas nada exagerado. Sempre saio de casa com pouca maquiagem e uso maiscabelos soltos. Vou à academia para fazer musculação e levo uma vida normal, em todos os aspectos”, diz Paola, que garante não fazer dieta e adorar um fast food.

Com o mesmo namorado desde o acidente, Paolla diz que a única adaptação feita em casa foi no banheiro. “Tinha um degrau que precisou ser retirado e eu tomo banho sentada em uma cadeira para não correr o risco de cair”, conta ela, que costuma compartilhar na internet todas suas novas experiências. “Não conto com nenhum profissional e faço tudo sozinha. As pessoas que me seguem ou que curtem minhas fotos na internet se identificam comigo ou simplemente gostam do meu ponto de vista sobre as coisas. É uma troca muito grande todos os dias e eu só tenho mesmo que agradecer tantas mensagens de carinho e positividade”, comemora.

Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)
Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)
Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)
Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)
Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)

Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)Paola Antonini, uma das musa da Paralimpíada Rio 2016, teve perna amputada após acidente e hoje usa prótese mecânica (Foto: Anderson Barros / Ego)

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