Aos 61 anos, Marcos Frota é sincero ao admitir que caiu em todas as armadilhas da profissão ao longo de 40 anos de carreira:

— Me arrependo de tantas coisas, palavras mal colocadas, de arrogância, prepotência. O ego agride. Mas isso passa, vamos aprendendo com os erros.

Hoje, livre de vaidades, o ator diz ter a certeza de que vai envelhecer atuando. E no último ano os convites apareceram. Além do trabalho como professor em sua escola de circo, ele atuou como o vilão de “Os Saltimbancos Trapalhões 2 — Rumo a Hollywood”, com previsão de estreia para janeiro, e participou do longa “O grande circo místico”, de Cacá Diegues. Incansável, pode ser visto ainda na pele de Beto, o amigo de Lenita (Letícia Spiller) em “Sol Nascente”.

— Hoje estava conversando com o Bruno (Gagliasso) sobre a oportunidade que temos de aprender sempre na profissão. Mas isso exige atenção. Se você chega lá e acredita que já sabe sabe fazer, acaba entrando no automático. Precisa estar disponível e atento. E esse trabalho veio com prazer — diz.

Sobre a trama das 18h, ele adianta que o personagem guarda segredos da família de Ralf (Henri Castelli) e Lenita:

— Tem a questão da filha que Lenita abandonou no passado por não ter condições de cuidar da criança. Ele conviveu com os pais dos dois quando ainda eram adolescentes. É motoqueiro, tem a vida aberta, é solto.

Assim como o personagem, Marcos leva a vida livre e conta que exercita o desapego.

— Já fui ciumento, mas ninguém é de ninguém. Quem ama quer ver seu amor livre — opina ele, que mantém uma relação na ponte área com Amanda Almeida, 28 anos mais jovem: — Não sei o que virá, mas companherismo e cumplicidade são bem-vindos. Passei metade da vida casado, já contribuí para a instituição casamento.

Pai de quatro filhos (Apoena, de 34, Amaralina, 32, e Tainã, 26, frutos de seu casamento com Cibele, morta em 1993; e Davi, de 17, do relacionamento com Carolina Dieckmann), Frota fala da felicidade de ver os filhos criados. Davi está terminando o Ensino Médio e é o único que mora com ele. Já os outros três enveredaram para a carreira artística: Amaralina como produtora da Globo, e Apoena e Tainã com bandas:

— Muito bom olhar para trás e ver que dei conta. De poder criá-los. O Davi está numa escola difícil, período integral. Tenho uma excelente relação com eles. Recentemente, fomos ao show do Guns N’ Roses de metrô e saímos para tomar uma cerveja no final. É uma delícia.