Greve do Transporte Coletivo termina, mas Manaus pode acordar com frota de ônibus reduzida, nesta quarta

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O impasse nas negociações entre Prefeitura, trabalhadores, empresários e autoridades do Judiciário estadual permanece até o final da tarde desta terça-feira (17), quando, de acordo com o Sindicato dos Empresários do Transporte (Sinetram), o sindicato patronal recebeu uma comunicação do Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Manaus (SMRM) ao qual os motoristas e cobradores de ônibus são associados, informando finalmente sobre o fim do movimento. Mais de 500 mil pessoas acabaram prejudicadas pela paralisação.

Os trabalhadores do sistema do transporte público da capital cruzaram os braços pela manhã, em protesto ao atraso do pagamento do dissídio coletivo da categoria. Ao longo de todo o dia, a paralisação afetou mais de 500 mil usuários, em toda a capital do Estado.

A frota de 1.400 ônibus que opera em 220 linhas do sistema de transporte público da cidade ficou retida nas garagens das empresas. Nenhum ônibus foi para as ruas, por toda a manhã. A paralisação de 100% da frota deixou os terminais de ônibus vazios, uma cena rara de se ver. No T4, um dos terminais mais movimentados, apenas a viatura da polícia circulou pelo local. Nas paradas de ônibus, passageiros se espremiam para conseguir um espaço dentro dos microônibus do sistema.

Sem ônibus, muitos usuários recorreram aos mototaxistas, como foi o caso do auxiliar de depósito, Isaac Ata. Quem teve sorte, conseguiu uma carona e chegou a tempo no trabalho. Para quem não teve, restou a indignação, como a do autônomo, Cristian Andrade. A aposentada Jessi Maia precisava fazer exames de saúde e também foi prejudicada.

No portão de entrada das garagens de ônibus, os rodoviários permaneceram em vigília aguardando as informações sobre o andamento da greve. A policia militar manteve guarnições para monitorar o protesto. Na garagem da maior empresa do sistema de transporte público de Manaus, na zona Leste, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Givanci Oliveira, afirmou que a greve só seria suspensa após o pagamento do dissídio coletivo da categoria, atrasado há mais de sete meses.

Até o início da tarde desta terça-feira, os trabalhadores rodoviários continuavam em greve, sem liberar nenhum ônibus para circulação. Ainda na manhã desta de terça, o juiz plantonista do Tribunal Regional do Trabalho da 11a Região, Adilson Maciel Dantas, estipulou que os rodoviários paguem R$ 50 mil de multa por hora de paralisação. Mesmo assim, os rodoviários decidiram manter a greve.

À tarde, o juiz Adilson Maciel Dantas, do Tribunal Regional do Trabalho 11ª Região, determinou a prisão de toda a diretoria do Sindicato dos Rodoviários. No total, seis membros da diretoria foram alcançados pela decisão, incluindo o presidente Givancir de Oliveira e o vice, Josildo Oliveira. A decisão foi tomada após uma ação conjunta da Defensoria Pública, Ordem dos Advogados e Procon Amazonas. Minutos antes da decisão judicial ser divulgada, o vice-presidente do sindicato, Josildo Oliveira, afirmou que a greve não seria interrompida. Na decisão, o juiz afirma que o movimento grevista é “tão absurdo, tão inconsequente, que chegou a questionar sobre as reais motivações e sobre os interesses que estão escondidos sob o manto dessa atitude sem precedentes”. O juiz afirma, ainda, que, por se tratar de um serviço essencial, o sindicato era obrigado a disponibilizar pelo menos  o serviço necessário para a manutenção do atendimento. Em greves legais, existe a obrigação da circulação de pelo menos 30% da frota, o que não ocorreu hoje, já que 100% dos veículos ficaram nas garagens. Os primeiros ônibus começaram a sair das garagens no fim da tarde. Segundo o Sinetran, foram liberados apenas 30 ônibus da empresa Via Verde, 40 da Açaí e mais 20 coletivos da empresa Expresso Coroado.

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