Febre amarela tem cura? Entenda como é tratamento e chance de recuperação

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febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada por um arbovírus, espécie de vírus transmitido por mosquitos do gênero Flavivirus febricis, da família Flaviviridae.

Sua prevalência é muito comum em locais como América do Sul e África e sua gravidade é variável. A seguir, entenda melhor como a doença se manifesta no corpo e como é seu tratamento.

Sintomas da febre amarela e riscos

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A grande maioria das pessoas tem o vírus da febre amarela, porém, não apresenta sintomas. Mas quando os sintomas aparecem, há febre intermitente (que vai e volta), mal-estar e dores no corpo, dor de cabeça, vômito e fraqueza. Esses sintomas duram até 5 dias e podem desaparecer.

No entanto, a partir daí, se o caso for considerado mais preocupante, o paciente pode apresentar em até 48 horas amarelamento dos olhos e da pele (icterícia), cansaço intenso, hemorragias por diversas partes do corpo, insuficiência renal e hepática, esta última podendo causar confusão mental. Em casos mais graves, o paciente pode evoluir muito mal e morrer.

“O vírus da febre amarela causa lesões no organismo como um todo, mas especialmente no fígado há um comprometimento considerável, principalmente na forma mais grave da doença. Essa destruição do fígado, de maneira muita rápida, compromete suas funções e pode ser o princípio de uma falência múltipla de órgãos”, afirma Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia.

Inclusive, a cor amarelada se dá por conta deste comprometimento do órgão.

Quanto tempo duram?

Os médicos afirmam que os sintomas graves duram até 15 dias e, a partir daí, começam a apresentar melhora caso o quadro consiga ser revertido.

Quem corre mais risco de ter a doença?

Especialistas afirmam que quem mora ou viaja para áreas de risco de transmissão e não estão vacinadas têm chance de ter febre amarela.

A Sociedade Brasileira de Infectologia afirma que o risco também é grande para idosos (pessoas acima de 60 anos de idade) e quem tem alterações no sistema de defesa, como pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados, pacientes com doenças reumatológicas que usam imunossupressores, entre outros.

Como é o tratamento para febre amarela?

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Não existem medicamentos específicos contra o vírus da febre amarela. Por isso, não são usados antiinflamatórios ou ácido acetilsalicílico (AAS), como é comum em outros quadros virais.

“Quando o paciente apresenta sinais de febre amarela, ele é encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva, pois é exigido um tratamento em ambiente hospitalar”, afirma Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza.

“Mas a UTI dá um suporte no funcionamento dos órgãos, por exemplo com hemodiálise, com um rim artificial, ou com um ventilador mecânico, se o paciente não respira direito. Tudo isso na tentativa de manter o paciente vivo.”

Para quem apresenta os sintomas leves, a indicação dos especialistas é se hidratar muito bem, permanecer em repouso e fazer uso de antitérmico, se preciso. Porém, ao apresentar qualquer um dos sintomas, o melhor a fazer é procurar um hospital imediatamente.

Há cura? Qual é a chance?

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Cerca de 80% dos casos de febre amarela são considerados leves ou moderados e apenas 20% são os graves.

Porém, nos casos mais críticos, a chance de óbito é alta, girando de 40% a 50% – por isso a doença é considerada alarmante sempre que surgem surtos.

“Uma boa parte das pessoas sequer percebe que está com febre amarela, pois apresenta um quadro clínico tranquilo e, portanto, a doença se cura sem grandes complicações”, comenta Gustavo Pasquarelli, coordenador médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Guarujá, Baixada Santista.

Ele explica que quem adquire a forma mais branda da doença costuma ver melhora no quadro a partir do 5º dia depois dos primeiros sintomas e evoluir para a cura.

No entanto, quem desenvolver a forma mais grave deve apresentar sinais críticos depois de 48 horas, como disfunções hepáticas, renais e assim por diante.

“É uma minoria que evolui mal e, infelizmente, tem uma chance alta de morrer. Este é o grande problema da febre amarela: quem tem a forma grave da doença corre sérios riscos”, alerta Pasquarelli.

Sintomas podem voltar?

Não, após enfrentar a febre amarela a pessoa fica completamente imunizada. “É como se ela tivesse tomado uma vacina”, afirma Pasquarelli.

A febre amarela pode deixar sequelas?

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Os médicos explicam que, no geral, não, pois o fígado, um dos órgãos mais afetados pelo vírus, tem uma capacidade regenerativa impressionante.

No entanto, como a forma mais grave da doença pode causar hemorragias, há risco de o sangramento no cérebro causar consequências mais séries, mas pelo efeito colateral, e não pelo vírus em si.

Como evitar a febre amarela?

A Sociedade Brasileira de Infectologia sugere medidas práticas para evitar a picada do mosquito, como:

  • Usar camisas de mangas longas, calças compridas de preferência de cor clara em áreas de risco, ou seja, de mata ou perto delas.
  • Ficar em lugares locais fechados para evitar a entrada de mosquitos, inclusive dormir debaixo de mosquiteiro e até mesmo adicionar tela em janelas.
  • Evitar o uso de perfumes durante atividades ao ar livre nos ambientes de matas silvestres.
  • Usar repelentes adequados. Quando usados como orientado, são seguros e eficazes mesmo na gestação ou amamentação.
  • Procurar não usar produtos com associação de repelente e protetor solar na mesma fórmula. E, quando for usar protetor solar, aplicá-lo antes do repelente.

Vacina

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Quando aparecem novos casos de febre amarela, de forma sistemática, a recomendação dos órgãos responsáveis é de que a população perto da área de risco se vacine. Porém, apesar de a imunização ser, sim, eficaz, há algumas contraindicações.

É recomendada para quem tem 9 meses a 59 anos, que more ou viaje para áreas com risco de transmissão, dentro ou fora do Brasil.

Em pessoas saudáveis e com o sistema imunológico em ordem, não há riscos. No entanto, a infectologista Lucy Cavalcanti Vasconcelos, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), explica que há grupos de risco para a vacina da febre amarela, como gestantes, lactantes, idosos e pessoas com o sistema imunológico deprimido.

Isto porque, mesmo com o vírus atenuado, a fórmula pode gerar efeitos colaterais arriscados ou não ser eficaz.

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