Febre Amarela: Ministério da Saúde disponibiliza mais de 3,5 milhões de vacinas para todo o país

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Os casos de pessoas contaminadas pela Febre Amarela em Minas Gerais e outros estados brasileiros preocupa as autoridades da área da saúde. Os casos registrados ocorreram em áreas rurais, onde circula o mosquito que transmite a Febre Amarela Silvestre, como explica a bióloga Marcia Chame, Coordenadora de Biodiversidade e Saúde Silvestre da FIOCRUZ, no Rio de Janeiro:
 
“É a febre amarela  que circula na floresta, nos ambientes naturais, nas espécies de macacos que andam nesses lugares, então esse é um vírus que está ali no seu ambiente natural e que em algumas situações eles chegam nas bordas dessas florestas e acabam então sendo transmitidos por mosquitos para o homem, que está ali na zona rural ou também para pessoas que adentram na mata…”
 
O vírus da febre amarela faz parte de algumas espécies de macacos que transmitem a doença  para outras  espécies através do mosquito, como explica Márcia Chame:
 
“O vírus da febre amarela pode circular em diversos tipos de primatas, mas a gente sabe que o bugio, que em alguns lugares chamam de bugio, outros de roncador, outros de guariba, esse macaco é extremamente sensível assim como os humanos à febre amarela.”
 
Se um macaco aparecer doente ou morto  é importante não tocar no animal e informar a vigilância sanitária da região para que sejam tomadas providências, como a vacinação para a população. São os macacos que dão o primeiro alerta de que o mosquito que transmite a febre amarela  está circulando perto das pessoas que habitam o lugar:
 
“A gente já teve casos acontecendo em Goiás, no Tocantins esse ano, mas a gente já teve esse surto anterior de 2001, 2003 nessa mesma região que está acontecendo em Minas. Em 2009 a gente teve um surto muito importante no Rio Grande do Sul.”
 
Márcia Chame, que coordena a área de Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz e pesquisa os ciclos da Febre Amarela, deixa um alerta de que a doença chega aos seres humanos quando acontece um desequilíbrio ambiental:
“A gente vem observando que a maior parte dos surtos acontecem nos ambientes onde as matas são muito pequenas e isso é importante de observar porque nas áreas grandes onde os macacos tem alimento, espaço, normalmente esse ciclo não sai do ambiente silvestre para a área rural. Isso é a ação humana que acaba criando esse espaço pra que o mosquito saia desse ciclo natural e venha buscar sangue humano pra se alimentar e com isso ele transmite o vírus para as pessoas.”
 
Entender que os macacos não são nossos inimigos, não tocar em um animal morto ou doente e avisar o sistema de saúde se isso ocorrer. Além de tomar a vacina de febre amarela que é gratuita nos postos de saúde.

Minas Gerais

 O número de casos suspeitos de febre amarela, em Minas Gerais, passou de 184 ocorrências registradas até a última terça-feira (17), para 206 casos, nesta quarta-feira (18). Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde do estado, que também comunicou a suspeita de 53 mortes relacionadas à doença, sendo que dessas, 22 são consideradas prováveis de febre amarela.
Essas mortes ocorreram nos municípios de Ladainha, com dez vítimas, Piedade de Caratinga, com quatro, Ipanema e Malacacheta registraram dois óbitos cada. Imbé de Minas, Ubaporanga, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté  e Setubinha também tiveram ocorrência de uma morte que pode estar ligada a enfermidade.
O Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, afirma que o governo tem reforçado as ações de prevenção a doença. Ele ressalta a importância da vacinação contra a Febre Amarela.

“As ações, hoje, de combate a Febre Amarela no estado de Minas Gerais são prioritárias para o nosso governo. A principal atividade nesse momento é a atualização do cartão. Então, para esse atualização é importante que os pacientes que residem nessas regiões procurem uma unidade de saúde mais próxima de sua residência, levando o cartão de vacinação para verificação junto com a equipe de saúde se tem ou não a necessidade de um reforço”.

A vacina está disponível em toda a rede pública de saúde.
Por conta da do surto, o estado está em situação de emergência em saúde pública em 152 cidades, que fazem parte das regiões de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otono. Ao todo, quase duas milhões de pessoas residem na região que fica no leste do estado.

Vacinas já estão em todo o país

De acordo com o Ministério da Saúde, já foram entregues em todo o país mais de 3, 5 milhões de doses de vacinas contra a Febre Amarela. De acordo com a pasta, houve um reforço do medicamento em Minas Gerais, oeste da Bahia, noroeste do Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Somente Minas Gerais já recebeu um 1, 6 milhão de unidades, por conta do recente quadro de surto existente no estado. De acordo com o diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, o estado já contava com uma alta quantidade de vacinas no Calendário Nacional de Vacinação, e que o foco será nos municípios onde foram encontrados casos suspeitos da doença.

“A situação em Minas Gerais, e em função da situação desde a detecção das epizootias, já há algumas semanas, é de reforço da vacinação. Lembrando que Minas Gerais já era uma área de recomendação de vacinação porque se colocava em área de risco. Com essa intensificação que vem sendo feita agora, há um reforço de 1,6 milhão de dose de vacina para 29 municípios onde estejam ocorrendo seja epizootia, ou seja, ocorrência de circulação de vírus em macacos, ou confirmação, e até mesmo suspeita, de casos humanos.”

De acordo com o diretor, quem já tomou duas doses da vacina está imunizado contra a doença, não havendo a necessidade de tomar outra dose. A orientação do Ministério é de que, quem ainda não tomou a segunda dose, o faça pelo menos 10 dias antes de se deslocar para as áreas identificadas como endêmicas, nos postos de saúde. Veja mais informações sobre a Febre Amarela no portal do Ministério da Saúde: saude.gov.br.

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