Empresários e governo se reúnem em busca de alternativas para evitar prejuízos com greve do MAPA

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Com o pior desempenho industrial registrado entra as 14 regiões, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês passado; queda de 8% no faturamento e cerca de 23 mil trabalhadores a menos no Polo Industrial de Manaus (PIM), nos últimos sete meses do ano, de acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e nenhuma perspectiva de melhora ou de contratações temporárias para o último trimestre do ano, o PIM contabiliza seus prejuízos e busca alternativas para evitar a demissão de mais trabalhadores. Para completar, os empresários se vêem, novamente, reféns de mais uma paralisação de servidores públicos federais.

Desde o último dia 16, os fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estão em greve em todo país. De acordo com o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a categoria reivindica aumento salarial de 10,8% em dois anos para os servidores. Entretanto, a proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento (MPOG) foi de 21,3% até 2019, que foi descartada pela classe. 

Segundo o consultor da Comissão de Comércio Exterior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), desde a segunda-feira (28) da semana passada, os fiscais agropecuários não estão mais fazendo as triagens, tanto no Porto Chibatão, quanto no Super Terminais. “Se fizermos uma comparação, nos últimos três dias de agosto, foram vistoriados 145 processos, em média, nos dois portos. Já nos últimos três dias de setembro, foram vistoriados 42,7 processos no Super Terminais e 21 no Porto Chibatão, ou seja, menos da metade do mês anterior ao da greve”, informou. 

Campos explicou ainda que a decisão dos servidores em suspender a triagem é para “dar corpo” ao movimento grevista, e que, se necessário para evitar maiores acúmulos, poderão ser emitidas duas ou até três listagens diárias, sendo que estas não mais serão por quantidade de processos, e sim por containers. “Mensalmente, sete mil containers entram em Manaus. Se pegarmos a média que eles estão processando, dará um absurdo. Se eles fizerem duas listagens por dia, dá 120 containers por dia considerando os dois recintos. No caso, esses sete mil que entraram hoje, em 1° de outubro, só sairão no dia 28 de dezembro”, alertou.

A fim de evitar novas perdas às indústrias do PIM, o Cieam irá impetrar um mandado de segurança contra a greve dos fiscais agropecuários do MAPA.

Assim como o presidente do Cieam, Wilson Périco, Roberto Campos lembra que a entidade é solidária às reivindicações dos fiscais agropecuários. “O problema maior é o descaso do governo federal em relação as categorias, que não envolve apenas o ministério da agricultura, mas a Receita Federal também”, concluiu. 

Impactos já são sentidos 

Segundo o representante da empresa do setor de eletroeletrônicos Universal Eletronics, Herval Neto, o prejuízo da empresa por conta da greve dos fiscais do MAPA já gira em torno de R$ 1.800.000. “Sem falar que já temos linha de proução parada e teremos atrasos nas entregas de alguns clientes”, lamentou. 

Já Sergius Bader, da Midea Carrier, empresa do segmento de climatização, relata que o prejuízo da fabricante de condicionadores de ar já atinge 20% do faturamento da empresa. “temos processos de importação aguardando liberação do MAPA, contendo matérias-primas que já deveriam ter sido transformadas em produtos acabados, principalmente condicionadores de ar Split, para não paramos nenhuma linha de produção, até agora, estamos utilizando outras matérias-primas que já tínhamos em estoque, mas que não estavam planejadas para a produção desse período”, explicou. Ainda de acordo com Bader, antes da greve, nosso tempo de liberação era de, no máximo, 4 dias, pois nossos processos entravam na triagem do MAPA, que já sabia quais contêineres deveriam ser vistoriados. Com a greve, temos processos parados desde o dia 16/09, início da greve

Reunião com o governador

Para o deputado estadual Dermilson Chagas é obrigação, tanto da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), como da Câmara Municipal de Manaus (CMM), buscarem alternativas para evitar que as empresas do PIM sofram ainda mais prejuízos, por conta da paralisação dos servidores do MAPA. “Como parlamentar essa deve ser nossa preocupação, garantir a manutenção dos empregos dos trabalhadores das indústrias do Polo. Entendemos a reivindicação dos fiscais do MAPA, mas milhares de pessoas não podem perder seus empregos por erros de administração do nosso país”, destacou o deputado, que informou que está agendada para segunda-feira, dia 5, uma reunião entre os representantes das indústrias do PIM e o governador José Melo, para tratar da fiscalização e liberação das mercadorias das empresas durante a greve do MAPA.

 

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