Em manhã de protestos por salários mais dignos, professores da rede pública travam trânsito na Constantino Néry

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A quinta feira (26) foi de protesto, para os professores das redes municipal e estadual de ensino. Trezentas escolas tiveram as aulas suspensa. A manifestação foi em frente à Arena da Amazônia Vivaldo Lima, na avenida Constantino Néry, zona Centro Oeste da capital. A avenida, uma das principais vias de escoamento do trânsito da cidade, chegou a ser fechada pela categoria.

A manifestação começou por volta das 8h30. Cerca de 300 escolas públicas de Manaus tiveram as aulas prejudicadas nos três turnos. Entre as reivindicações, está o reajuste salarial de 20%.

De acordo com a diretora executiva da Associação Movimento de Luta dos Professores de Manaus (Asprom), Helma Sampaio, a data base da rede estadual já estaria vencida.

Segundo o professor Charles dos Santos, a categoria também exigem mais segurança nas escolas públicas da capital.É que, mais uma vez, depois de uma manhã inteira de protesto/ não houve negociação com o governo//

Quase três horas depois, os cerca de dois mil professores fecharam os dois sentidos da Avenida Constantino Néry, próximo à arena da Amazônia.

Por volta das 10h30, em assembleia geral, a diretora da Asprom decidiu que a categoria iria acampar em frente a sede do governo, mas a maioria não concordou e houve revolta.

Depois da decisão anunciada, o clima era de confusão. Os professores jogaram garrafas pet no carro de som usado durante o ato e homens da Polícia Militar e do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) tiveram de ser acionados.

Em seguida, um grupo se reuniu e decidiu seguir para a Assembleia Legislativa do Estado. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado do Amazonas (Sinteam), que representa oficialmente a categoria, informou que, essa semana, foi iniciado o processo de negociação com prefeitura e Governo do Estado, e que, pelo menos por enquanto, está havendo diálogo.

Em nota, a Secretaria estadual da Educação (Seduc) informou que, segundo levantamento oficial realizado por conta da paralisação desta quinta-feira, 49 escolas públicas estaduais tiveram suas aulas paralisadas, por conta da falta de professores. Ainda segundo a Seduc, 1.702 professores não se apresentaram para o trabalho. Segundo a Secretaria, o prejuízo pela falta de aulas atingiu diretamente 30.060 alunos, somente da rede estadual de ensino.

A Seduc informou, ainda, que as negociações sobre a pauta de reivindicações estão sendo realizadas com a representação legal e legítima da categoria dos trabalhadores da educação no Amazonas, que é o Sinteam.

De acordo com a conselheira titular do Conselho Nacional de Entidades do Conselho Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Ana Cristina Rodrigues, o pleito destas referidas organizações, que culmina na proposição de uma greve generalizada é ilegal. “Greve, neste caso, é ilegal pois não possui respaldo algum da CNTE. No último mês de fevereiro o conselho geral da CNTE se reuniu em Brasília e não sinalizou com a indicação de greve para o Amazonas”, afirmou.

Segundo a conselheira, a indicação de greve só é respaldada pelo CNTE quando se esgotam todas as alternativas de negociação. “Não se pode fazer uma greve deliberadamente. É necessário que esta indicação seja precedida de um trâmite que envolve, dentre outras providências, a formação de uma assembleia com a representação de um representante legítimo do sindicato, fato que é ignorado por estes grupos”, citou Ana Cristina Rodrigues.

Também nota, a recém-empossada secretária municipal da educação, Kátia Helena Schweickardt, afirmou que a Prefeitura de Manaus se mantém aberto o diálogo com os professores da rede pública municipal. Kátia, que acompanha o pleito da categoria, enfatizou que o município vem executando medidas para melhoria das condições de trabalho da categoria e que considera a paralisação, neste momento, uma medida extrema.

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