Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, Lula se defende das acusações da Lava Jato, critica a Justiça e as instituições e afirma que o Brasil precisa voltar a crescer

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi entrevistado nesta segunda-feira (24), pelos jornalistas Ronaldo Tiradentes e Neuton Corrêa, no programa Manhã de Notícias, que conversaram com Lula por telefone.

A entrevista, que deveria ter ocorrido na última sexta-feira (21), acabou não acontecendo por causa da morte de um amigo de Lula, que ele preferiu respeitar.

Falando sobre o nascimento do PT com base na luta de classes, principalmente no Sul e Sudeste o país, Lula afirmou que a luta de classes nunca vai acabar e que está mais forte ainda neste momento, por conta das decisões do atual governo, que afetam as vidas dos trabalhadores, inclusive com o, nas palavras de Lula, o esfacelamento da Justiça do Trabalho.

Perguntado sobre o atual cotidiano dele, Lula disse que, após deixar a presidência, que poderia descansar, o que acabou não ocorrendo por conta dos últimos acontecimentos da política nacional.

O ex-presidente lembrou que, recentemente, fez um check-up e descobriu que o câncer que teve em 2012 desapareceu totalmente.

Sobre a queda da credibilidade e do apoio da população ao PT, ele disse que foi resultado de decisões da ex-presidente Dilma Housseff, que estavam “fora do discurso de campanha”, mas afirmou que o impeachment da ex-presidente foi “ilegal e imoral.”

Falando sobre os aliados do Amazonas, – o deputado federal Alfredo Nascimento (PR) e o senador Eduardo Braga (PMDB) – disse que sempre teve uma boa relação com todos eles, mas lamentou os votos dos ‘amigos’ pelo impeachment de Dilma, que classificou como “triste”, mas que espera respeito e não ter perdido a amizade de todos.

Sobre a eleição suplementar no Amazonas, Lula afirmou que pediu que o PT saísse separado, declarou apoio ao deputado estadual José Ricardo Wendling ,– o ‘homem da Kombi”, e que disse que virá a Manaus sempre que a candidatura necessitar.

O ex-presidente destacou a importância da Zona Franca de Manaus no processo econômico do Amazonas, pregou a recuperação da economia do país e disse que ainda credita que o Brasil pode ser um a grande nação.

Lava Jato

Sobre a condenação a 9,5 anos de prisão e o seqüestro de dinheiro da previdência e dos bens dele, Luta afirmou que vai entrar com recurso hoje, em Porto Alegre. Ele disse que se sente injustiçado e que a decisão da Justiça seria diferente se o juiz Sérgio Moro respeitasse os autos do processo. “O Moro estava comprometido com a (Rede) Globo e com o Jornal Nacional, por isso, tinha de me condenar!”, afirmou.

O ex-presidente lembrou do power-point do Procurador Deltan Dalagnol, disse que vai à disputa jurídica e voltou a desafiar a Justiça apresentar um imagem real dele ao para o país.

Segundo Lula, a posição dele não é de confronto, mas de apresentar uma defesa. Em relação ao processo que o triplex de Guarujá, o ex-presidente, afirmou que “seria mais barato para o país se eles tivessem acreditado que o apartamento não era dele. “Não há uma única verdade nesse processo!”

Irritado, Lula destacou o volume de material negativo sobre ele na imprensa, com destaque para os veículos da Rede Globo;  disse que a palavra ‘propina’ foi criada para justificar o dinheiro dado pelos empresários para as campanhas políticas no Brasil e que todos os políticos entram nas campanhas com dinheiro de empresários.

A inda falando sobre a Lava Jato, o ex-presidente garantiu que não tem medo de falar sobre o assunto, e de dizer a verdade; que as instituições brasileiras não têm nenhuma credibilidade atualmente, “desde a Presidência da República às outras instituições nos três poderes”; afirmou ainda que “é preciso recuperar a credibilidade da Justiça” e pregou eleições diretas em todos os níveis. “A legalidade chegou a tal ponto que ninguém respeita mais ninguém, neste país!”, lamentou.

Na hipótese de vir a ser candidato e ser eleito, Lula afirmou que como, presidente, iria trabalhar na recuperação econômica do país em todos os setores, principalmente com uma indústria nacional forte, fazendo a economia voltar a crescer e a estimular a transferência de renda, para que a população pobre possa voltar a comprar. “É preciso rodar a roda gigante da economia!”

Finalizando, ele destacou a grande reforma que o país precisa só será o possível com investimentos em Educação.

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