Economista defende integração entre entes federativos, em torno do modelo ZFM, e diz que PIM precisa de choque de gestão

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Um estudo do economista, consultor de empresas e especialista em Zona Franca de Manaus, José Laredo, que aponta um grande número de empresas que fecharam no parque industrial do Amazonas, conclui que o Polo Industrial de Manaus (PIM) precisa de um choque de gestão.

“O estudo foca na necessidade de se revisar e dar um choque de gestão no Polo Industrial de Manaus (PIM). Eu levanto a necessidade de se olhar sob o ponto de vista da taxa de natalidade das novas fábricas, em relação à taxa de mortalidade, porque o que é comum as pessoas divulgarem a performance do modelo somente com base em duas variáveis, que são o número de empregos e o faturamento bruto, então eu estou agregando a essas variáveis outras análises!”

Para o economista, o choque de gestão permitirá aproveitar o advento da prorrogação dos 50 anos, para atrair maior número de empresas para o Amazonas. “Não estou desqualificando-as nem dizendo que elas não servem. Elas servem, mas não são suficientes para se ter uma ideia de que medidas tem de se fazer tomar aproveitar, para, daqui pra frente, se aproveitar essa bonança dos  dos 50 anos, que vão terminar em 2073, para que nós não tenhamos que passar mais 47 anos para termos só 48o fábricas com a chave ligada, funcionando. Será que nós temos que passar 47 anos para termos 480 fábricas, ou a gente pode ter mil, duas mil, três mil, daqui pra frente, se nós melhorarmos a gestão do modelo!”

Laredo se manifestou preocupado com a diminuição do número de empresas e dos baixos investimentos, no Polo Industrial. “A taxa de mortalidade é inexorável! É impossível detê-la! Existem várias maneiras pelas quais uma fábrica morre: gestão, incorporação, finanças, sucessão, marketing, organização etc. Então, só tem uma razão pela qual ela marcha, aqui no PIM, que é a atratividade pelas vantagens tributárias comparativas. De 2005 a 2014, nós vimos que houve uma taxa média decrescente de novos projetos. Que houve, também, uma taxa negativa de projeto de ampliação, diversificação e modernização. Significa que o PIM está definhando os novos negócios aqui, que são os projetos de implantação, por um lado. Por outro, nos últimos 10 anos, as empresas aqui existentes também não têm demonstrado apetite para investir, diversificar e ampliar, porque as taxas desses investimentos também tem decrescido ano a ano!”

O economista criticou a falta de investimentos do poder público no PIM – certamente a pouca preocupação com a infraestrutura – e defendeu a integração entre os entes federativos em torno do modelo Zona Franca de Manaus. “O governo federal e a prefeitura não colocam US$ 1, 00 no negócio. Tudo é por conta e risco do empreendedor. O modelo funciona na base do contrato de risco. Se o empreendedor trouxer máquinas, equipamentos, instalação, tecnologia, aprovar o projeto, começar a produzir e achar p’ra quem vender, ele usufrui o incentivo prometido. Com a nota fiscal, o Governo do Estado arrecada uma parte do ICMS; o Governo Federal arrecada o imposto sobre a folha de pagamento, PIS e COFINS, e a prefeitura arrecada o ISS dos prestadores de serviço que interagem com essas indústrias e mais IPTU etc e etc. Todo mundo ganha, mas ninguém está se mexendo para captar novas fábricas! Acho que  prefeitura deveria se integrar nesse trabalho de captação de novas fábricas, porque não só modelo já ficou tão grande que não pode depender só da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e do Governo do Estado. Tem que haver integração!”

José Laredo defendeu a venda mais competente do modelo Zona Franca de Manaus, com o objetivo de atrair novos investimentos para o Amazonas. “Temos que ‘correr atrás’ e não ter medo de vender. Ter receio de vender. Procurar fazer seminários fora de Manaus, sistematicamente, um programa de vendas para trazer novas fábricas e neutralizar essa taxa de natalidade que nos atinge!”

Segundo ele, o advento da prorrogação por mais 50 anos deve ser trabalhado como fator de atração de investimentos para o Estado. “Uma coisa que vai durar mais de 70 anos, com um pacote de incentivos altamente vantajoso para determinados tipos de negócios, deveria ter um impulso muito maior! Agora, para compensar isso, a entidades têm que trabalhar unidas no propósito de vender, sem receio de vender!”

Laredo evitou defender um nome para a superintendência da Suframa e preferiu destacar um perfil para o novo superintendente. “Vamos nos ater à área técnica! Eu tenho um conceito do Gustavo (Igrejas) como um excelente economista, um rapaz jovem, competente e sério. Agora, o que tem que fazer, independente de ser ele ou outro, é encarar a gestão com o choque de gestão e mudar a maneira de gerenciar o modelo, tal qual ele foi, até aqui!”

Para Laredo, a crise hídrica que afeta as empresas no Sudeste e a abundância de água em Manaus, não é fator de atração da empresas para a Zona Franca. “Isso é balela! A água não é atrativo de investimento. Eu não considero como um ponto de atração suficiente para ser determinante para indústria vir para cá. Ela vem pra cá pela atratividade do pacote financeiro de incentivo fiscal!”

A entrevista completa do economista José Laredo à Rede Tiradentes pode ser acompanhada nas reprises do PROGRAMA “Manhã de Notícias”, na TV Tiradentes, pelo Canal 19, na NET, e no Canal 20, na TV aberta.

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