Doenças ocupacionais afastaram 3, 4 mil servidores da rede municipal de ensino, até outubro deste ano

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De janeiro a outubro deste ano, 3.435 servidores da rede municipal de Educação tiveram de ser afastados de suas funções, por motivo de doença. Do total, 90% são professores, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27), por representantes da Secretaria Municipal da Educação (Semed), durante audiência pública em que o assunto foi discutido.

O levantamento divulgado aponta, ainda, as doenças que mais afetam os servidores, em especial os professores: bursite, tendinite e lombalgia, geradas por Lesões do Esforço Repetitivo (LERs), além dos casos de distúrbios mentais como; depressão, síndrome do pânico e nível elevado de estresse, além de nódulos nas cordas vocais.

Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), tramita o Projeto de Lei n.º 246/2014, de autoria da vereadora Professora Therezinha Ruiz (DEM), que institui políticas municipais voltadas à prevenção das doenças ocupacionais dos educadores. “Estamos sugerindo a criação de um ambulatório itinerante para facilitar o acesso dos professores que precisam de atendimento médico. Nós sabemos que alguns professores trabalham nos três turnos, o que impede que ele procure o atendimento que ele precisa”, destacou.

Therezinha destaca, ainda, que, a carga de trabalho dos profissionais também contribui para que eles sejam afetados pela Síndrome de Bjurnout, ou síndrome do esgotamento profissional – um distúrbio psíquico que tem como principal característica o estado de tensão emocional e estresse crônicos, provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

Ela ressaltou outro dado divulgado e que preocupa a categoria: o número de professores que deixam, em definitivo, as salas de aulas, ao todo: dez por mês. “São professores que deixam de atuar ministrando aulas por motivos de doença, e passam a desenvolver outras atividades nas unidades de ensino. Isso também cria um problema administrativo nas escolas, de ter de substituir o profissional”, disse.

Ações preventivas

Segundo a chefe da Gerência de Lotação da Semed, Altina Magalhães, o índice é considerado alto e o município estuda maneiras de reduzir esses números. “O maior número de servidores que se afastam tem entre 46 a 60 anos. As zonas Oeste, Sul e Norte são os principais locais de afastamentos, onde estão as escolas mais antigas e as primeiras a serem instaladas em Manaus”, disse. Ela destacou que a Semed realiza programas de saúde preventiva destinados aos professores.

A coordenadora do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) da Secretaria Municipal da Saúde (Semsa), Flávia Palhares, afirmou a importância de se fazer um diagnóstico e um mapeamento das doenças que mais afetam os professores, como forma de traçar políticas públicas para a categoria.

 

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