Demissões já alcançam 15 mil, em 2015, nas Indústrias. PIM perde competitividade pela precariedade da infraestrutura, alerta CIEAM

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A Zona Franca de Manaus acumula mais de 15 mil demissões, nos quatro primeiros meses do ano. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (21), pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). De acordo com a entidade empresarial, o enfraquecimento da indústria local provém principalmente do agravamento dos problemas estruturais por que passa o Polo Industrial de Manaus, além da atual crise econômica do País, que gera redução da demanda geral por produtos não essenciais.

Na avaliação do CIEAM, a região está perdendo competitividade devido à infraestrutura precária, com a ausência de um porto público, de ferrovias e estradas para ligar a capital amazonense aos principais centros de consumo. Segundo a entidade, somam-se a estes entraves as dificuldades impostas pelo Governo Federal para novos investimentos da indústria na região, o desvio de verbas de P&D recolhidas pelas indústrias de tecnologia, desvio de taxas da Suframa com alegação de composição do superávit primário ou para o BNDES, além do esvaziamento da Suframa, autarquia que está sendo tratada como um simples cartório, com frequente greve de funcionários, o que causa ainda mais prejuízo ao cotidiano das indústrias.

“Infelizmente, este péssimo cenário não é surpresa. A atividade industrial tem sofrido há dez anos e não há perspectivas de melhora em curto ou médio prazo. A greve dos servidores da Suframa deve agravar ainda mais o caos em que se encontra o PIM, que acumula queda de 21% na produção, demite pessoal e corta custos. Sem o trabalho da Suframa as fábricas podem ter um prejuízo de até R$ 422,5 milhões por dia”, alerta Wilson Périco, presidente do CIEAM, principal entidade a atuar na defesa das questões da ZFM, que há tempos alerta para o descaso do governo federal para com o modelo.

Neste momento de ajuste fiscal do Governo Federal, há um equivocado lugar comum de que a Zona Franca é despesa, quando na verdade é renúncia fiscal. O modelo é o mais ajustado da história do país, já que gera 120 mil empregos diretos, 600 mil indiretos e aproximadamente dois milhões ao longo da cadeia nacional. Além de garantir a preservação da biodiversidade. “A maior prova disso é que o Amazonas é o estado mais preservado da Amazônia, com 95% da floresta em pé. A atividade industrial é a maior mantenedora do bioma no estado, evitando também que o local se torne uma grande rota para o narcotráfico. É preciso lembrar que a Zona Franca foi criada na constituição federal para proteger a Amazônia, levando desenvolvimento para a Regi&atilde ;o Norte, garantindo assim sua ocupação por brasileiros”, afirma Alfredo Lopes, consultor do CIEAM.

A entidade vem denunciando os problemas da Zona Franca de Manaus há anos e incentiva novas alternativas econômicas. “Neste processo tenebroso de desindustrialização que estamos passando, não podemos mais contar com um único modelo econômico para a Região Norte”, completa o executivo, ressaltando que a Zona Franca de Manaus devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz, bem longe de ser um paraíso fiscal.

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