Deficiente se diz enganado por pessoa designada para ajudá-lo em concurso, e quer direito a nova prova

14/01/13 – O deficiente visual Jorge da Silva Garcia venceu inúmeros desafios na vida ,até concluir a faculdade de biblioteconomia e, quando achou que teria uma trégua nas dificuldades, viu todos os sonhos dele ir por água a baixo. Jorge se inscreveu no concurso da Secretaria Estadual de Cultura e, depois de alguns adiamentos finalmente, em dezembro, no dia 8, as provas foram realizadas.

Enquanto para a maioria dos candidatos o resultado nas provas dependia apenas do desempenho individual, Jorge Garcia, precisou de uma segunda pessoa, pra fazer a leitura das questões e marcar o gabarito, já que não havia a opção de fazer a prova em braile. Ele conta que, mais uma vez, se viu na mão dos outros e, para desespero dele, de alguém que não parecia muito disposto em colaborar.

“A pessoa que foi designada para ser o ledor da prova e marcador do gabarito, no decorrer da prova, me falou que a prova duraria seis horas, ou seja, tinha começado duas horas e ele finalizaria a prova comigo cinco horas, quando, na realidade, tinha de terminar seis horas. Eu deixei para fazer a prova de lingua portuguesa por último, e, quando foi para responder as questões, só havia 10 minutos, sendo que, na realidade, seriam 1h e 10 mins. Isso me deixou perturbado. Humanamente, é impossível fazer a prova de lingue portuguesa em 10 minutos. Eu tive de marcar o gabarito, para não deixar em branco. Após eu já ter preenchido, foi que ele veio me falar depois que a prova teria seis horas.”

Jorge Garcia conta que ainda tentou recorrer aos coordenadores, na tentativa de receber um novo cartão resposta, mas foi informado de que isso não seria possível, então, ingressou com recurso junto ao Instituo Superior de Administração e Economia (ISAE) mas, até agora, passado mais de um mês, ainda não obteve resposta.

Ele acredita que o recurso dele sequer foi levado em consideração, porque foi informado pelos organizadores do concurso que seriam aceitos apenas os recursos relacionados a questões específicas das provas. O rapaz diz que se sente impotente, sem saber a quem recorrer.

“Narrei o fato, mas eles disseram, lá, que só receberiam recursos quanto à questão da prova. Quanto ao fato ocorrido, eles ignoraram! Eu gostaria de saber se existe algum órgão específico para que pudesse apelar, no caso de uma ação indenizatória. Estou me sentindo impotente, desamparado, desgostoso, angustiado com isso, etendeu?.”

A reportagem da CBN tentou contato com a direção do ISAE, por meio do telefone da assessoria de imprensa da instituição, de prefixo 9159, mas, nenhuma das ligações foi atendida.

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