Chá de bebê que ocorreu em ônibus e ficou famoso esconde gesto ainda mais lindo

Antes mesmo de nascer, Heloísa Vitória já tem uma história e tanto registrada nas redes sociais. Ela foi protagonista da festa organizada dentro do ônibus 113D, que faz a linha Itaguaí-Niterói, no Rio de Janeiro, e ganhou presentes diversos, como fraldas, lenços umedecidos, roupinhas, sapatinhos, toalhas etc.

O chá de bebê móvel foi organizado sem que Beatriz Andreia, gestante que carrega a bebê na barriga há sete meses, tivesse o menor conhecimento.

Mais impressionante ainda é o fato que Beatriz mal conhecia as pessoas que promoveram a festinha, eram clientes dos cafezinhos que vende diariamente na Avenida Brasil.

Solidariedade de desconhecidos motivou a surpresa

Todos os dias, as mesmas pessoas tomam a linha 113D. Como ela só passa duas vezes por dia, uma pela manhã e outra pela tarde, todos se conhecem e ficaram amigos a ponto de criarem juntos um grupo de WhatsApp chamado “Se perder, já era”. E foi neste grupo que a ideia começou.

Durante a viagem, o ônibus passa pela Avenida Brasil, onde Beatriz trabalha vendendo cafés. Quando está trânsito, os passageiros conseguem comprar um copinho, que pode custar R$ 1 ou R$ 2 reais. Ou ao menos acenam da janela para a moça de 19 anos. A relação entre eles não era mais estreita que essa.

Uma das passageiras notou que Beatriz já estava com a barriga aparente, sugerindo que a gravidez estivesse já em reta final, e propôs que todos organizassem um chá de bebê para a vendedora ambulante.

“Uma mulher do ônibus parou e me pediu meu ‘zap’. Conversamos para marcar, ela perguntou o que eu precisava, mas não sabia porque”, disse Beatriz em depoimento ao VIX. “Fiquei muito feliz e emocionada, pois realmente eu e o pessoal do ônibus nunca tínhamos nos vistos e não nos conhecíamos, só através do “zap” mesmo”, relatou.

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RODOLFO MATTOS/FACEBOOK
Balões, faixas e mais: tudo foi uma grande surpresa

“Para minha surpresa, ao entrar no ônibus, avistei muitos balões de festa. O susto já veio daí. Quem vai esperar que um ônibus esteja tão enfeitado? Pois é. A princípio, achei que era uma festa de aniversário. Começaram a servir refrigerante, café, suco, bolos e sanduíches. Com muita alegria. Uma galera entre 20 e 70 anos com espírito de alegria e confraternização que é raro encontrar numa quarta de manhã em um transporte público”, descreveu Rodolfo Mattos, estudante de história da UFF que publicou a história em seu perfil no Facebook. Hoje, são 33 mil compartilhamentos e mais de 110 mil reações ao post.

Trocando mensagens pelo WhatsApp, Beatriz e os passageiros combinaram para que a gestante subisse ao ônibus quando ele parasse no local onde ela trabalha. Ela ingressou no veículo e encontrou a decoração que tinha, inclusive, faixas com seu nome.

“Foi praticamente uma festinha mesmo, teve bolo, sanduíches, guaraná, suco, além das decorações do ônibus, com direito a balões e cartazes com minha foto. Ainda teve algumas brincadeiras, quando ganhei muitos presente, foi uma coisa linda”, comemorou a futura mamãe.

Amizade virou rede de solidariedade

Como a gravidez de Beatriz já está no sétimo mês, tem sido cada vez mais difícil trabalhar de pé, sob o sol do Rio de Janeiro, vendendo cafés. Ela disse que já está pensando em parar o expediente. O problema é que, sem registro, os R$ 40 a R$ 50 diários que receber em seu trabalho se tornam incertos.

A festa foi, portanto, o começo de uma relação mais próxima com o pessoal do grupo “Se perder, já era”. Eles estão se organizando para promover uma rede de apoio à Beatriz, uma vez que vêm recebendo diversas mensagens de gente querendo também ajudar a gestante. Mesmo Rodolfo, estudante que compartilhou a história, postou novamente no Facebook convidando quem viu a história a também colaborar com doações.

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ARQUIVO PESSOAL DE BEATRIZ ANDREIA

“Estamos mantendo contato, pois eles ainda vão me ajudar mais. Estão vendo carrinho de bebê, que eu ainda não tenho, e também estão recebendo coisas de pessoas conhecidas para me entregar”, relatou a moça.

Quando nascer, Heloísa Vitória poderá ver a onda de carinho que gerou ainda dentro da barriga de sua mãe.

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