Braga alerta para risco de desemprego em massa, no Polo Industrial de Manaus (PIM)

Plenário do Senado

O candidato do PMDB – Coligação “Renovação e Experiência” ao governo do Amazonas, o senador Eduardo Braga, alertou o Governo do Estado, nesta sexta-feira (24), para o risco de uma crise de oferta de vagas, em vários setores, no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Braga foi o entrevistado da última rodada de entrevistas com os candidatos à sucessão estadual. O senador alertou sobre a possibilidade de turbulências na economia do país e sugeriu ao Governo do Estado um acordo com o Governo Federal, para evitar o desemprego no setor industrial.

O candidato fez um balanço do último debate antes do pleito, realizado ontem, por uma rede de TV do Amazonas. “Finalmente houve um debate no segundo turno, já que o meu adversário não compareceu a nenhum dos outros debates, mas, tivemos oportunidades de mostrar nossas propostas, ficou claro quem tem feito ataques pessoais. Também ficou claro que ele responde processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A certidão inclusive está aí no Facebook, pra quem quiser ver e, obviamente que há questões a serem explicadas. A participação dele na época da ditadura. Ele, em momento algum desmentiu isso! Ele prefere me atacar, em vez de explicar as suas contradições”

Braga lembrou a denúncia sobre um suposto acordo eleitoral do candidato governista José Melo, com o crime organizado, em troca de votos,  e fez críticas à segurança pública. “Por que, com tantos esforços de investimentos a segurança pública do Amazonas só piora? Como é que os nossos presídios têm tantas fugas em plena luz do dia? A revista Veja desta semana vem trazendo novos fatos dessa relação não explicada, entre a Secretaria da Justiça e a facção criminosa desse traficante “Zé Roberto”? Eu acho que essas questões foram postas de forma muito clara, para o eleitor se informar e, de forma muito cuidadosa e zelosa, possa tomar a decisão do seu voto. Eu respeitarei, seja qual for a decisão que o eleitor tomar no domingo, mas estou preocupado. Quem não lembra? O governo Brizola marcou uma época, no Rio de Janeiro, onde o governo fez um acordo com a bandidagem, e desde o governo Brizola até hoje, o Rio de Janeiro não voltou a ser o mesmo, porque toda vez que o governo faz acordo com a bandidagem, quem governa é a bandidagem e o eleitor precisa tomar muito cuidado!”

Eduardo Braga, que já foi prefeito de Manaus, aproveitou a entrevista para parabenizar a população da capital, pelo aniversário de 345 anos da cidade, que transcorre hoje. “Aproveito para parabenizar a cidade, pelo seu 345º aniversário!”

O candidato se manifestou sobre a prisão, nesta quinta-feira, de pessoas contratadas pela coligação, dele, flagradas em uma ocorrência policial. “Nós trabalhamos com 2 mil pessoas. Se alguém comete um delito, que responda por ele. Foram demitidos ontem mesmo, por justa causa. A coligação entregou tudo o que podia para a polícia e cada um vai pagar pelo que tiver feito! Agora, não confunda um episódio como este com o fato do sub secretário da Justiça, com o conhecimento do secretário Bonates ter sentado na sala do diretor do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), com o chefe da facção criminosa, para fazer um acordo político, com consequências para a segurança pública.”

Braga fez uma avaliação do desempenho dele, no primeiro turno, e acusou os adversários de uso das máquinas públicas e do poder econômico. “O uso da máquina pública por parte do candidato Melo, nesta aliança com a Prefeitura de Manaus e com a maioria dos municípios do Interior do Estado, ficou claro. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), nesse momento, tem 32 ações de pedido de cassação por abuso do poder econômico e político. A eleição já está sendo questionada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e pelo Ministério Público Federal (MPF). Ontem, correligionários de Manacapuru nos mandaram fotos de soldados da Polícia Militar fortemente armados descendo o barranco da frente da cidade com oito sacolas de malotes. Não posso afirmar se era dinheiro, mas eles estavam em atitude suspeita.”

O candidato garantiu que, ao contrário do que se comenta, o segundo suplente dele, o empresário Lírio Parisoto não assumirá o lugar dele em Brasília. O candidato afirmou que, se ele for eleito, a primeira suplente Sandra Braga assume o posto de senadora pelo Amazonas. “A própria Sandra foi para a TV e para o Rádio dizer, com todas as letras, que vai assumir, pelo compromisso assumido com a população e comigo, portanto, Sandra Braga será a senadora amazonense, representando a mulher amazonense, a história de luta, a militância e vontade popular que me elegeu e me colocou como senador da República!”

Eduardo Braga explicou porque decidiu disputar a eleição. “Eu poderia ter ficado em Brasília, de braços cruzados, assistindo tudo o que está acontecendo no Amazonas, sem vir para a disputa. Mas eu não seria o Eduardo, se agisse assim, por eu amo o Amazonas, porque as pessoas que eu amo, meus amigos vivem aqui; a situação da segurança pública e da saúde do nosso Estado é gravíssima! Tem casos de cinco mil pessoas nas filas de cirurgia. A situação do Cecom (Centro de Controle de Oncologia) é gravíssima. Há dois dias, encontrei uma senhora que veio de Guajará para Manaus com câncer, que está há oito meses em Manaus e não consegue iniciar o tratamento da doença. Eu não podia ficar assistindo isso de braços cruzados!”

Braga alertou o governo do Estado para o risco de uma crise na economia brasileira e para as turbulências da economia e a ameaça de desemprego, em Manaus. “Estamos diante de um voto para o qual devemos prestar muita atenção! Os empregos no Distrito Industrial (DI) já começam a diminuir. Quando eu saí do governo, a Moto Honda tinha 11 mil trabalhadores. Hoje, tem pouco mais de 9 mil; a Yamaha tinha 3.50o. Hoje, pouco mais de 2.300. Está claro que, no Polo de Duas Rodas, estamos perdendo empregos. E assim, outras empresas do DI. Na Indústria da Construção Civil, já perdemos muitos empregos. Nós, em momentos difíceis, precisamos ter um governo com um plano firme de enfrentamento da crise e manutenção de empregos como eu eu e o Lula fizemos, em 2008 e 1009. Eu já passei por várias turbulências e consegui conduzir o Amazonas, mantendo empregos, crescimento e a ordem econômica e financeira do Estado.”

O candidato criticou a falta de percepção e a imobilidade do Governo do Estado em relação ao problema e sugeriu um acordo com o Governo Federal, para a manutenção dos empregos, no polo industrial. “Vou dar uma sugestão pública. Por que não procurar o Governo Federal, o ministro da Indústria e do Comércio, e propor  um acordo para suspender a taxa administrativa da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), em troca de um pacto de não demissão, no polo de duas rodas? Durante um ano, a taxa de administração ficaria suspensa, para que não houvesse uma demissão sequer, nesse período. Fiz isso como governador e mantive os empregos do DI. Agora, não se faz isso e as empresa estão demitindo. Há uma crise econômica internacional que ronda o nosso país e bate na nossa porta. É verdade que a presidente Dilma tem conseguido manter os empregos na área industrial, mas eles não tem sido mantidos na mesma proporção. O Amazonas depende de empregos na área industrial e o governo do Estado, de braços cruzados, não vem tomando nenhuma medida para evitar isso!”, alertou.

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