Após morte de mais de duzentos periquitos, em Manaus, encontro ambiental discute proteção de animais silvestres

10-12-2014 SEMINARIO DE FAUNA - IPAAM - NATHALIE  (7)

Após a morte, ainda não completamente esclarecida, de mais de 200 periquitos, nas proximidades de condomínios de luxo, na zona Centro Sul de Manaus, a proteção à fauna silvestre entrou em discussão, nesta quarta-feira (10), no 1° Seminário de Fauna Silvestre do  Amazonas.

O evento, promovido em parceria, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi aberto pela manhã,  e segue até a quinta-feira (11), reunindo gestores ambientais, pesquisadores e membros da sociedade civil organizada, no auditório João Bosco, na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), bairro Parque Dez, também na zona Centro-Sul.

Para o diretor-presidente do Ipaam, Antonio Ademir Stroski, o grande desafio para a proteção da fauna é combater a cultura das pessoas em criar animais silvestres em casa. Ainda de acordo com ele, a caça de botos também preocupa. “O grande desafio nosso é começar a tratar de forma bem objetiva as questões culturais que estão em conflito com a legislação ambiental. Por exemplo, nos preocupa a caça do boto para a pesca da piracatinga, o consumo predatório da carne de caça e a domesticação de amimais silvestres”, ressaltou.

Segundo Stroski, já há avanços na legislação para a proteção dos animais, como, por exemplo, o manejo sustentável do pirarucu e do jacaré. Ele afirmou, ainda, que a população precisa entender que animais silvestres não podem ser mantidos em residências. “Esses animais precisam ser mantidos em seus ambientes naturais. É preciso haver uma consciência da população até para que as pessoas não sejam expostas a zoonoses”.

A fauna e a urbanização – O crescimento da cidade e como diminuir os impactos sobre a fauna também está na pauta do seminário. O juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente e de Questões Agrárias (Vemaqa), Adalberto Carim, afirmou que a cidade precisa conhecer os limites ambientais previstas na lei. “Nós pretendemos ter uma cidade que cresça de maneira sustentável e para que ela evolua, precisamos ter a exata noção do que a legislação permite ou não. A fauna tem relação muito forte com o crescimento (da cidade), por isso devemos respeitar os limites que a legislação nós impõe”, afirmou.

Na abertura do evento, também foram discutidos os temas licenciamentos ambientais e legislação ambiental no Estado. O superintendente do Ibama, Mário Lúcio da Silva, disse que o encontro colabora para a formatação de medidas de proteção da fauna. “Estamos conseguindo reunir todas as esferas de governo e as organizações não governamentais. Nós percebemos que na construção de alguns empreendimentos, por exemplo, não se discute a questão da fauna. Então pretendemos difundir esse tema e fazer dele uma pauta constante”, disse.

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