Justiça cancela ação de reintegração de posse em área do Tarumã, ocupada por 300 famílias

O registro de dois homicídios, no último final de semana, e a existência de armas em barracos de uma área invadida, no Tarumã Açú, zona Oeste da capital, obrigou a Polícia Militar a utilizar batalhões de elite da corporação, em uma ação de reintegração de posse, determinada pela Justiçado Amazonas e executada na manhã desta sexta-feira (28).

A ação dos 250 policiais designados para a operação começou às 6h. A missão dos 200 homens do Comando de policiamento Especializado (CPE) e 50 do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) era retirar, pacificamente, do terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados, 300 famílias que já ocupavam a área há três meses. Muitas já haviam construído casas e barracos para demarcar a posse.

No local, o clima era de tensão. Por causa da presença de supostos indígenas, entre os invasores, funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e agentes da Polícia Federal no Amazonas (PF-AM) foram acionados para acompanhar a operação.

A reintegração foi comandada pelo chefe da sessão de pessoal do Comando de Policiamento Especializado (CPE), capitão Alessandro Santos. O oficial explicou que o grande número de policiais destacados para a operação foi devido à grande extensão da área, e à ocorrência de dois homicídios, no último fim de semana, motivados pela posse da terra, que era reivindicada por dois grupos rivais.

A preocupação do comandos era pela possibilidade da ocorrência de novos casos de violência, entre os grupos rivais. De acordo com o capitão Alessandro, em uma varredura feita logo cedo, os policiais encontraram uma escopeta calibre 12, com quatro munições. Para prevenir ocorrências, os policiais tiveram de bloquear a via de acesso à área.

Um dos homens que se identificou como indígena, resistiu à desocupação e acabou sendo preso. Ele foi levado para o 20º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e, posteriormente, à sede da PF-AM, no Bairro Dom Pedro, também na zona Oeste.

Na ação, os policiais também constataram a degradação de uma grande parte da área ocupada. Ainda pela manhã, a  previsão era de a ação só seria concluída no fim desta tarde, mas a reintegração de posse foi cancelada, graças a uma liminar assinada pela desembargadora Socorro Guedes, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Socorro Guedes afirmou que a competência para julgar o caso cabe à Justiça Federal.

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